Descrição de chapéu Governo Lula MST

Não é o MST que está tomando terra hoje no Brasil, são os banqueiros, diz Lula; veja vídeo

Declaração acontece um dia após o governo lançar Plano Safra recorde de R$ 400,5 bilhões

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São Paulo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quinta-feira (4) que hoje em dia quem está tomando as terras dos produtores rurais no Brasil não é o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra), e sim os banqueiros.

"Vamos fazer um levantamento para ver o seguinte. Quem é que está tomando terra de fazendeiro hoje neste país? Sabe quem são? Os banqueiros. Todos os proprietários de terra que tem dívida agrária os bancos estão tirando a terra deles", afirmou durante cerimônia de entrega de obras de transporte em Campinas (SP).

"Não é mais o João Pedro Stédile [líder do MST], são os presidentes dos bancos que estão tomando terra", completou.

Presidente Lula durante visita ao Complexo Laboratorial para Pesquisas Avançadas em Patógenos do CNPEM também nesta quinta (4)
Presidente Lula durante visita ao Complexo Laboratorial para Pesquisas Avançadas em Patógenos do CNPEM também nesta quinta (4) - Marlene Bergamo/ Folhapress

A fala aconteceu um dia após o governo federal lançar o Plano Safra para 2024 e 2025 com a cifra recorde de R$ 400,5 bilhões.

O lançamento do programa aconteceu em uma cerimônia com parlamentares e empresários do agronegócio, em um movimento para tentar se aproximar do setor, que é uma das principais bases eleitorais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Nesta quinta-feira, Lula chamou o plano de "programa do agronegócio". O presidente disse que o lançamento contou com os maiores representantes do setor, e afirmou que na ocasião reconheceu que os empresários do agro não gostam do PT por conta do MST.

Lula então afirmou que, mesmo com essa pecha, não houve presidente no Brasil, "desde D. Pedro", que tenha feito um Plano Safra do tamanho que seu governo fez enquanto governou o país.

Na véspera, durante o lançamento do programa, Lula fez diversos gestos à plateia em seu discurso. Ele disse que não governa ideologicamente e vai morrer sem perguntar em quem um empresário votou.

"Não precisa gostar de mim. Eu certamente vou gostar de vocês, porque não desprezo possíveis eleitores", disse, arrancando risadas.

A fala de que os banqueiros tomam terras no Brasil também acontece após o mercado financeiro aliviar as apostas de que há um risco fiscal grande no país, o que elevou as taxas dos contratos de juros futuros e provocaram uma forte alta do dólar.

A moeda americana chegou a tocar a máxima de R$ 5,70 na sessão da última terça-feira (2), mas passou a recuar e fechou o pregão desta quinta valendo R$ 5,50 após sinalizações positivas por parte do governo Lula.

Os investidores responderam imediatamente a falas do presidente de que seu governo tem compromisso fiscal e vai cumprir o arcabouço fiscal. Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), anunciou corte de R$ 25,9 bilhões a partir da revisão dos gastos com benefícios sociais.

Antes da mudança na comunicação, Lula chegou a dizer que o movimento de elevação do dólar era resultado de uma especulação do mercado contra o real.

No início da tarde desta quinta, durante outro evento com Lula no interior paulista, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) desconversou ao ser questionado sobre essa tese de especulação do mercado.

Em conversa com jornalistas, Alckmin reafirmou o compromisso do governo com as metas do arcabouço fiscal, prometendo déficit fiscal zero neste ano e superávit a partir do próximo ano.

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