Economista Bráulio Borges é novo colunista da Folha

Textos semanais vão explorar temas como a busca por equilíbrio fiscal e os impactos econômicos da crise ambiental

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São Paulo

O economista-sênior da área de macroeconomia da LCA e pesquisador-associado do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), Bráulio Borges, passa a assinar uma coluna semanal na Folha.

Seus textos serão publicados em Mercado a partir desta quinta-feira (22), no site, e de sexta (23), no jornal impresso.

Bráulio Borges, economista-sênior da LCA Consultores, pesquisador-associado do FGV IBRE e novo colunista da Folha - Zanone Fraissat/Folhapress

Borges, 44, é graduado em economia pela FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo) e mestre em teoria econômica pela mesma universidade.

Ele é consultor da LCA desde 2004 e tornou-se pesquisador do FGV Ibre em 2015.

Filho de um médico e de uma psicóloga, foi incentivado pela família a seguir a carreira do pai, mas gostava de geografia e ia bem em matemática na escola.

"Quase prestei vestibular para jornalismo, mas um amigo de colégio, Maximiliano Barbosa da Silva [hoje professor da Universidade Federal do ABC], me disse que ia tentar economia, gostei da ideia e acabamos entrando juntos na FEA."

Ao longo de sua formação, o pesquisador se interessou pela questão da sustentabilidade fiscal do Brasil —problema que já era grave na época da conclusão da sua graduação e que voltou à centralidade do debate nos últimos anos.

"Nunca tive uma visão radical e fiscalista, do ajuste pelo ajuste, apenas para reduzir o tamanho do Estado. Participo de vários grupos de economistas, desde mais ortodoxos até mais heterodoxos, e fico satisfeito por estar no meio do caminho."

Ele, que discordava do antigo teto de gastos por considerá-lo excessivamente rigoroso no corte de despesas, faz ressalvas a respeito do arcabouço fiscal do governo petista, que vê como dependente de um aumento das receitas.

Diferentes trabalhos apontam que os ajustes fiscais bem-sucedidos têm uma composição de metade da carga tributária e metade da redução de despesas, afirma.

Borges também fez análises recentes sobre o impacto da reforma trabalhista no mercado de trabalho.

O especialista em cenários econômicos, análise de atividade, contas públicas e modelagem quer aproveitar sua coluna no jornal para discutir inovações no debate econômico.

"Quando [o também economista e colunista da Folha] Samuel Pessôa me convidou para o Ibre, disse que gostava de mim por me considerar iconoclasta, alguém questiona as verdades estabelecidas", diz.

A correlação entre economia e crise ambiental está entre os temas de interesse do novo colunista.

Em seus textos, Borges pretende apontar como as questões ambiental e econômica se entrelaçam não apenas nas oportunidades de desenvolvimento com a transição energética, mas pelas demonstrações de que já estamos pagando um preço pela falta de preservação.

"Tenho me dedicado a fazer essa ponte, como em trabalhos recentes a respeito do custo do desmatamento para o PIB [Produto Interno Bruto] ou do impacto econômico das secas registradas na última década."

Esses estudos originaram reportagens apontando que as chuvas abaixo da média tiram R$ 80 bilhões por ano do PIB brasileiro e que zerar o desmatamento na Amazônia e no cerrado pode gerar um ganho de R$ 1,2 trilhão.

"Creio que essa discussão está ganhando espaço no Brasil, mas é insuficiente. A pauta ambiental ainda é associada a uma visão mais romântica e antiquada, mas as pessoas começam a relacionar essas questões ao impacto econômico."

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