BYD King, Honda Civic e Toyota Corolla passam por teste; veja os resultados

Sedãs médios usam diferentes tecnologias híbridas e se destacam pelo baixo consumo

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São Paulo

Os sedãs médios Toyota Corolla, Honda Civic e BYD King que passaram por este teste Folha Mauá mostram que a designação "Hybrid" engloba um mundo de tecnologias. São carros bem diferentes na parte técnica, embora concorrentes dentro de um segmento que volta a chamar a atenção.

Os veículos foram comparados em provas de aceleração e consumo. Graças à eletrificação, a economia de combustível foi destaque, principalmente na cidade.

O sistema adotado no Toyota Corolla é o veterano da turma. O conceito é o mesmo do Prius dos anos 1990, mas com evoluções ao longo dos anos. Há, contudo, um diferencial: é o único híbrido flex disponível no mercado.

Visão de frente do Toyota Corolla híbrido
Toyota Corolla híbrido na versão Altis Premium; linha 2024 traz novos equipamentos - Divulgação

Abastecido com etanol, o sedã produzido no interior de São Paulo percorreu 20,3 quilômetros na cidade, superando com folga os 12,2 km/l registrados pelo econômico Renault Kwid na mesma condição. Assim é a descarbonização à brasileira, com a eletrificação favorecendo o combustível renovável.

TOYOTA COROLLA ALTIS PREMIUM HYBRID
Preço:
R$ 198.890 (agosto/2024)
Motorização: motor flex, 1.993 cm³ (101 cv com etanol e 98 cv com gasolina a 5.200 rpm), que trabalha em conjunto com dois motores elétricos (72 cv)
Potência combinada: 122 cv
Torque: 14,5 kgfm a 3.600 rpm (etanol/gasolina) e 16,6 kgfm (elétrico)
Transmissão: câmbio automático do tipo CVT
Bateria: íon-lítio, 1,05 kWh
Pneus: 215/50 R17
Peso: 1.450 kg
Porta-malas: 470 litros
Comprimento: 4,63 m
Largura: 1,78 m
Altura: 1,46 m
Entre-eixos: 2,70 m
Aceleração (0 a 100 km/h, em segundos): 11,8 (etanol) e 12,3 (gasolina)
Retomada (80 km/h a 120 km/h, em segundos): 9,7 (etanol) e 9,9 (gasolina)
Consumo urbano (km/l): 20,3 (etanol) e 26,1 (gasolina)
Consumo rodoviário (km/l): 16,9 (etanol) e 21,8 (gasolina)

Mas o peso da idade —e do carro— jogam contra o Toyota. Nas provas de desempenho, ficou atrás dos concorrentes em todas as medições. A diferença é mais sentida diante do modelo da BYD, com quem concorre diretamente em preço. Enquanto o Corolla Altis Premium é vendido por R$ 198.890, o King GS sai por R$ 187,8 mil.

O sedã chinês se destacou na retomada: foram necessários 5,2 s para ir de 80 km/h a 120 km/h, enquanto o modelo de origem japonesa precisou de 9,7 s para completar a mesma prova. É uma diferença significativa na hora de fazer uma ultrapassagem, por exemplo.

Mas faltam alguns itens de segurança ao BYD, como leitores de faixas, alertas de ponto cego ou frenagem autônoma de emergência. Todos esses equipamentos estão presentes nos concorrentes da Toyota e da Honda, que ainda trazem teto solar nas versões testadas.

Por ser o único híbrido plug-in (recarregável na tomada) deste teste, o King tem a vantagem de rodar apenas no modo elétrico. A bateria de íon-lítio permite autonomia de aproximadamente 100 km sem queimar gasolina.

Sedã BYD King visto de frente e lateral
BYD King é um sedã híbrido plug-in, que pode ser recarregado na tomada - Divulgação

BYD KING GS PLUG-IN HYBRID
Preço: R$ 187,8 mil (agosto/2024)
Motorização: motor a gasolina, 1.498 cm³ (110 cv a 6.000 rpm), que trabalha em conjunto com motor elétrico (197 cv)
Potência combinada: 235 cv
Torque: 13,8 kgfm a 4.500 rpm (gasolina) e 33,1 kgfm (elétrico)
Transmissão: câmbio automático do tipo CVT
Bateria: íon-lítio, 18,3 kWh
Pneus: 215/55 R17
Peso: 1.620 kg
Porta-malas: 450 litros
Comprimento: 4,78 m
Largura: 1,84 m
Altura: 1,50 m
Entre-eixos: 2,72 m
Aceleração (0 a 100 km/h, em segundos): 7,4
Retomada (80 km/h a 120 km/h, em segundos): 5,2
Consumo urbano (km/l): 23,7
Consumo rodoviário (km/l): 22,9
Consumo urbano (kWh/100 km): 13,7
Consumo rodoviário (kWh/100 km): 16,8

O sistema de gerenciamento sempre mantém um pouco de energia para que o consumo de combustível permaneça baixo. Ao permitir que a energia atingisse esse nível mínimo, o consumo médio ficou em 23,7 km/l na cidade.

O Civic não aceita recarga, mas tampouco é um híbrido como o Corolla. A eletricidade move o carro na maior parte do tempo, enquanto o 2.0 a gasolina funciona mais como um gerador.

O motor a combustão traciona o Honda em rodovias a velocidades constantes, cenário em que é mais eficiente. O instituto Mauá de Tecnologia simulou essa condição: na estrada, a 90 km/h, o consumo do Honda ficou em 24 km/l. Na mesma condição, o BYD atingiu a média de 22,9 km/l, enquanto o Toyota chegou a 21,8 km/l.

O Civic também foi o mais eficiente na cidade, com média de 28,7 km/l sem abrir mão do bom desempenho, com aceleração do zero aos 100 km/h em 7,2s. Os números trazem a impressão de se tratar da compra mais racional, mas o preço quebra o encanto. Importado da Tailândia, esse sedã médio custa R$ 265,9 mil no mercado nacional.

Novo Honda Civic hibrido
Honda Civic tem sistema híbrido e faróis com LEDs na décima primeira geração - Divulgação

HONDA CIVIC ADVANCED HYBRID
Preço: R$ 265,9 mil (agosto/2024)
Motorização: motor a gasolina, 1.993 cm³ (143 cv), que trabalha em conjunto com dois motores elétricos (184 cv)
Potência combinada: não divulgada
Torque: 19,1 kgfm a 4.500 rpm (gasolina) e 32,1 kgfm (elétrico)
Transmissão: câmbio de marcha única
Bateria: íon-lítio, 1,05 kWh
Pneus: 215/50 R17
Peso: 1.449 kg
Porta-malas: 495 litros
Comprimento: 4,68 m
Largura: 1,80 m
Altura: 1,43 m
Entre-eixos: 2,74 m
Aceleração (0 a 100 km/h, em segundos): 7,2
Retomada (80 km/h a 120 km/h, em segundos): 7,5
Consumo urbano (km/l): 28,7
Consumo rodoviário (km/l): 24

Ao fim do teste, fica a impressão de que a estrutura do Corolla permitiria um desempenho mais vigoroso sem que fosse preciso fazer muitos ajustes, enquanto o chinês King nem precisa de tanta potência devido à proposta, que privilegia o conforto.

Já o Civic é o que melhor equilibra suavidade, eficiência energética e esportividade, e não poderia se esperar menos diante do preço elevado.

COMO SÃO FEITOS OS TESTES

Para aferir o desempenho dos carros, o Instituto Mauá de Tecnologia utiliza o V-Box, equipamento que usa sinal de GPS. Os testes de aceleração e retomada são feitos na pista da empresa ZF, em Limeira (interior de São Paulo).

A etapa que verifica o consumo na cidade tem 27 km. Para simular um percurso rodoviário a 90 km/h, os pilotos de teste dirigem por 31 km.

Ambos os trajetos ficam em São Caetano do Sul (ABC), onde está a sede do instituto. Se o carro for flex, são feitas duas medições: uma com etanol, outra com gasolina.

O consumo de modelos elétricos é medido por meio do carregador instalado no IMT. O teste calcula o gasto para rodar 100 km nos modos urbano e rodoviário

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