Hidrelétrica Santo Antônio tem paralisação parcial com seca histórica no rio Madeira

Nível do rio está a 1,02 m em Porto Velho, pior marca da sua história

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Letícia Fucuchima
São Paulo | Reuters

A hidrelétrica de Santo Antônio paralisou parte de suas unidades geradoras em função do baixo nível no rio Madeira, segundo informações divulgadas pela Eletrobras, que controla a usina.

De acordo com a companhia elétrica, a paralisação ocorreu na terça-feira (3) e afetou as unidades geradoras localizadas na margem esquerda e no leito do rio, que atingiram os limites de operação.

A imagem mostra uma ponte elevada sobre um rio, com uma estrutura de concreto ao lado. A água do rio Madeira está turva e há uma névoa densa no ar, indicando poluição. Algumas pessoas estão na margem do rio, aparentemente pescando ou coletando algo. O cenário é sombrio, com cores apagadas devido à poluição.
Nível mais baixo da história do rio Madeira leva usina Santo Antônio a paralisar parte de suas operações - Lalo de Almeida - 03.set.2024/Folhapress

A Eletrobras afirmou ainda que uma manobra permitiu manter a geração de energia concentrada em "sete unidades geradoras localizadas no grupo Gerador 1, na margem direita do rio, que estão sincronizadas no setor de 500 kV da usina".

Com mais de 3,5 mil megawatts (MW) de capacidade instalada, Santo Antônio é uma das principais hidrelétricas do país e opera a fio d'água (sem reservatório de acumulação), o que faz com que a geração de energia seja diretamente impactada pelas vazões do rio Madeira.

"No momento, com vazões próximas a mínimas históricas (2.700 m³/s) e geração efetiva de aproximadamente 490 megawatts médios (MWm), a usina segue em operação e não há previsão de parada total da geração", diz a Eletrobras, que acrescentou que está adotando medidas técnicas e operacionais para minimizar o risco de paralisação da geração na hidrelétrica neste ano.

O empreendimento chegou a ter suas operações interrompidas em outubro do ano passado, também em função de uma seca na região Norte.

Segundo informações do SGB (Serviço Geológico Brasileiro), na terça-feira o rio Madeira chegou à cota mais baixa da história em Porto Velho, a 1,02 m. A marca superou a pior cota registrada até então, de 1,10 m, nos meses de outubro e novembro do ano passado.

"Sem previsões de chuvas para a região, as projeções indicam que o nível do rio deve continuar a descer, agravando ainda mais a crise hídrica", disse o SGB na terça-feira.

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