Franquias de turismo e lazer se reinventam para sobreviver na pandemia

Empresas do setor tiveram de criar novos serviços e diversificar canais de venda

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São Paulo

Para manter suas operações de pé, franquias dos setores mais afetados pela pandemia tiveram que se reinventar, com a oferta de novos serviços e a diversificação dos canais de venda.

O segmento de hotelaria e turismo foi o que registrou a maior queda no faturamento (-60,2%) no período de abril de 2020 a março de 2021 em relação aos 12 meses anteriores, seguido pelo de entretenimento e lazer (-33,7%), de acordo com a ABF (Associação Brasileira de Franchising).

Mesmo assim a CVC saltou da décima para a sétima posição no ranking da ABF de maiores franquias do Brasil. Entre março do ano passado e deste ano, a empresa abriu 23 lojas, segundo Daniela Bertoldo, diretora-executiva dos negócios B2C da CVC Corp.

“Apesar de o turismo ter sido muito afetado, as pessoas vão retomar suas viagens e deve haver um boom no setor à medida que a vacinação da população brasileira avance.”

Na pandemia, a companhia mapeou novos roteiros pelo país, com destinos isolados ou que combinassem o home office dos pais com o lazer dos filhos. Também incluiu serviços como locação de casas em condomínios, traslado privativo e seguro-viagem com cobertura para Covid-19.

“As vendas estão baseadas em oferecer diversas opções com flexibilidade de data de embarque”, diz a executiva.

Além disso, a CVC lançou um cartão de crédito, em parceria com Itaucard e Visa, que permite parcelar a compra em até 14 vezes e gera pontos para trocar por descontos. Por enquanto, está disponível só nas lojas do Sudeste.

Katia Nishida, 47, dona de cinco franquias da CVC na capital paulista, afirma que contou com o apoio da marca para negociar o aluguel com os shoppings e implantar ferramentas de atendimento a distância. “A digitalização estará presente de forma cada vez mais forte de agora em diante.”

A empresária Katia Nishida, em uma de suas cinco franquias da CVC, localizada dentro de um shopping de capital paulista
A empresária Katia Nishida, em uma de suas cinco franquias da CVC, localizada dentro de um shopping de capital paulista - Jardiel Carvalho/Folhapress

A CI Intercâmbio também adotou iniciativas para ajudar os franqueados a manterem seus negócios abertos. Entre outras medidas, a rede permitiu que as franquias de rua se mudassem para escritórios ou home office.

Alexandre Mafra, 47, franqueado de Vitória (ES), trocou sua loja por uma sala comercial em abril do ano passado. “Reduzimos os custos ao máximo. Isso nos permitiu passar pelo pior momento”, diz.

De março a dezembro de 2020, ele teve uma queda de 95% na receita. “Desde janeiro, vemos uma recuperação. Hoje, já estamos com 80% do movimento pré-pandemia.”

Na CI, os destinos mais procurados no último ano foram Dubai e África do Sul, que continuaram abertos para brasileiros. Com a recente liberação da entrada de estudantes nos EUA, houve uma alta de 300% de pacotes desse tipo em comparação com 2019.

Na Viva Eventos, empresa especializada em festas de formatura, a estratégia foi fortalecer o atendimento virtual para manter o interesse dos clientes em realizar a festa quando isso for possível.

“Fizemos uma reestruturação financeira para readequar os custos e renegociamos contratos”, diz Renato Menezes, diretor-executivo. A empresa abriu dez unidades no último ano, chegando a 35.

A Criamigos, franquia de entretenimento, também viu o número lojas aumentar em 2020 —de 18 para 27. Nelas, os clientes personalizam ursinhos de pelúcia. A empresa investiu nas vendas por WhatsApp e desenvolveu produtos além do nicho infantil, com opções de presente para datas comemorativas, como o Dia das Mães e dos Namorados.

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