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IA, saúde e bem-estar são as principais tendências de empreendedorismo em 2024

Segundo especialistas, os consumidores devem buscar produtos personalizados e serviços que os façam se sentir seguros

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Brasília

O uso de novas tecnologias, sobretudo de inteligência artificial, vai ganhar força em empresas de todos os tamanhos em 2024. A busca dos consumidores por saúde e bem-estar deve se intensificar, assim como a valorização de temas como sustentabilidade, diversidade e inclusão.

"A inteligência artificial vai substituir uma série de funções que o homem faz hoje. E aí tem uma questão importante: Você vai ser ultrapassado pela máquina ou vai usá-la para produzir mais, com mais inteligência e criatividade?", diz Alessandra Andrade, gestora do Faap Business Hub.

A professora ressalta que já há ferramentas acessíveis para pequenos negócios e que entender como integrar essa tecnologia a processos, produtos e serviços será fundamental. "É inclusive uma oportunidade para o pequeno empreendedor conseguir competir com o grande", afirma ela, que também é diretora da Pateo 76, espaço de inovação da Associação Comercial de São Paulo.

Foto mostra seis pessoas de costas, todas sentadas sobre tapetes de ioga durante uma aula da modalidade
Serviços de saúde e bem-estar são uma das tendências para o empreendedorismo em 2024; na foto, pessoas participam de aula de ioga no Líbano - Emilie Madi - 1.ago.2022/Reuters

Segundo o Sebrae, negócios ligados a tecnologias de inteligência artificial e de realidade aumentada estarão em alta no próximo ano. É o caso também da área de ecommerce e de marketing digital, além de serviços de saúde, bem-estar e alimentação saudável e sustentável.

"O consumidor quer soluções eficazes para melhorar o seu bem-estar físico e mental", diz Silmara Souza, consultora de negócios do Sebrae-SP. Ela afirma que existem oportunidades, por exemplo, para aulas de ioga, meditação, espaços de saúde integrada e serviços terapêuticos.

"Em função da policrise que vivemos, é natural que a demanda por saúde e bem-estar acabe ganhando ainda mais potência, fazendo com que os consumidores aumentem a busca por produtos e serviços que lhes permitam sentir-se seguros em todos os aspectos da sua vida", diz Priscilla Seripieri, líder da área de negócios e operações da consultoria de tendências WGSN Mindset.

A especialista também aponta a preocupação crescente dos brasileiros com a questão ambiental. Mas, segundo ela, à medida que os consumidores enfrentam uma crise do custo de vida, a sustentabilidade perde lugar na lista de prioridades. Portanto, marcas que puderem mostrar como economizar dinheiro e, ao mesmo tempo, salvar o meio ambiente devem ganhar destaque em 2024.

De acordo com Seripieri, os produtos e serviços mais buscados no próximo ano serão aqueles feitos sob encomenda e personalizados para cada indivíduo. Souza, do Sebrae-SP, reforça essa tendência. "Hoje, os consumidores querem se sentir únicos. Aquele produto de prateleira, vendido para todo mundo, não vai ter espaço no mercado como tinha antes."

Valores como diversidade e inclusão continuarão sendo exigidos pelos clientes e incorporados pelas marcas, diz a consultora. Nessa área, ela destaca o potencial da economia prateada, que envolve produtos e serviços voltados para atender às necessidades de quem tem mais de 50 anos.

A participação feminina no empreendedorismo deve continuar aumentando, afirma Ana Fontes, fundadora da Rede Mulher Empreendedora e colunista da Folha. "Ela tende a crescer, como vem crescendo nos últimos anos, mas nem sempre o motivo é bom. À medida que o mercado de trabalho vai ficando mais difícil para as mulheres, especialmente para as que são mães de filhos pequenos, o empreendedorismo fica sendo a única alternativa."

Segundo Fontes, as femtechs, startups voltadas a criar soluções para as mulheres, devem seguir em alta. "Esse tipo de negócio para resolver dores do universo feminino tende a crescer bastante, não só no próximo ano, porque nós temos várias questões que não são resolvidas e que a gente precisaria que fossem."

Como um exemplo, Fontes cita o exame de mamografia. "Será que não teria uma solução para que as mulheres não tivessem que passar por essa situação vexatória?", questiona. Ela também aponta o potencial de crescimento de startups que cuidam da jornada pré-reprodutiva, reprodutiva e pós-reprodutiva da mulher.

Para o comércio em 2024, a perspectiva é que, com taxas de juros mais baixas, o consumo vá além dos bens essenciais e chegue a produtos de valor adicionado um pouco mais alto, aponta André Sacconato, assessor econômico da FecomercioSP. Mas ele ressalta que esse é um movimento gradativo e, assim, deve haver uma procura por eletroeletrônicos mais baratos, por exemplo. Entre as áreas em alta, o especialista destaca o turismo.

Na visão de Souza, do Sebrae-SP, é importante ficar atento às tendências, mas é essencial analisá-las com cautela. "Elas são uma direção que o empreendedor pode seguir, uma pista de como o consumidor vai se comportar. Mas isso não quer dizer que, ao seguir uma determinada tendência, ele vai ter sucesso."

A consultora afirma que é preciso pesquisar o mercado, conhecer o público-alvo e verificar a viabilidade do negócio. "Nem todas as tendências se transformam em oportunidades de empreendedorismo."

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