Uganda prende e extradita suspeito por genocídio em Ruanda
A polícia de Uganda prendeu nesta segunda-feira Idelphonse Nizeyimana, acusado de ser um dos principais arquitetos do genocídio de 1994 em Ruanda, que deixou mais de mais de 800 mil mortos.
Nizeyimana, ex-capitão do Exército e militar das forças de inteligência, entrou em Uganda a partir do Congo em 1º de outubro. Ele foi preso nesta segunda-feira, em um hotel de Rubaga, um subúrbio do norte da capital Campala.
Saurabh Das-26jan.02/AP |
Homem em Nyamata, perto de Kigali, observa centenas de crânios expostos em memorial pelas vítimas do genocídio em Ruanda |
Segundo a rede de televisão CNN, ele foi extraditado para Tanzânia, onde o Tribunal Criminal Internacional para Ruanda tem base.
Criado em novembro de 1994 por resolução do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), o TPIR, com sede em Arusha (Tanzânia), tem por mandato buscar e julgar os principais responsáveis pelo genocídio de Ruanda.
O tribunal já julgou 39 pessoas, das quais seis foram absolvidas. Seis outros suspeitos do genocídio ainda estão a solta, incluindo Felicien Kabuga, considerado o principal financiador dos assassinatos.
A Corte tinha até o fim de 2008 para completar todos os julgamentos e até 2010 para ouvir todas as apelações.
O genocídio em Ruanda começou após o avião do presidente Juvenal Habyarimana ter sido derrubado em abril de 1994.
Nos cem dias seguintes, cerca de 800 mil pessoas, a maioria integrantes da etnia tutsi, além de hutus moderados, foram mortos por milícias da etnia hutu. Civis eram incentivados a participar das atrocidades com promessas de que poderiam ficar com as terras dos tutsis mortos.
O genocídio terminou quando rebeldes tutsis assumiram controle do país. Cerca de dois milhões de hutus se refugiaram no vizinho Congo desde então.
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