Com maioria muçulmana, Kosovo pede a árabes reconhecimento de sua independência
O ministro das Relações Exteriores de Kosovo, Skender Hyseni, pediu nesta segunda-feira, no Cairo, que os membros da Liga Árabe reconheçam a independência de seu país, proclamada há dois anos.
Hyseni, em visita à capital egípcia, fez este pedido ao secretário-geral da organização pan-árabe, Amre Moussa, durante uma reunião na sede da entidade.
Segundo ele, um maior reconhecimento do Kosovo "significaria o reconhecimento da liberdade de mais de 2,5 milhões de habitantes".
O ministro kosovar expressou sua insatisfação pelo fato de apenas seis dos 22 países da Liga terem reconhecido a independência de Kosovo, declarada há dois anos: Arábia Saudita, Jordânia, Barein, Emirados Árabes Unidos, Ilhas Comores e Mauritânia.
"Não posso dizer que esteja frustrado, mas insatisfeito com esta situação", respondeu Hyseni, ao ser questionado sobre o escasso reconhecimento de seu país pelos Estados árabes.
"A maior parte da população do Kosovo é muçulmana, por isso deseja voltar ao mundo islâmico", disse o chanceler kosovar, em entrevista coletiva posterior a seu encontro com Moussa.
Estima-se que 90% dos kosovares sejam muçulmanos.
No total, 63 países, entre estes os Estados Unidos e a maioria dos membros da União Europeia, respaldaram a declaração de independência do Kosovo, mas países como a Rússia se opõem frontalmente à iniciativa kosovar.
No ano passado, o Brasil manifestou-se contrário à independência de Kosovo, alegando que a declaração feriu as normas internacionais, por ter sido unilateral, e que o caso deveria ser discutido pelo Conselho de Segurança da ONU (Organização da Nações Unidas).
Com Efe e Associated Press
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