Apuração parcial mostra fim da reeleição indefinida no Equador

Com 60% da contagem, "sim" é mais votado em todas as sete perguntas do referendo

Mulher deposita voto na urna em seção eleitoral de Quito durante referendo neste domingo (4) no Equador
Mulher deposita voto na urna em seção eleitoral de Quito durante referendo neste domingo (4) no Equador - Dolores Ochoa/Associated Press
Sylvia Colombo
Buenos Aires

Segundo resultados parciais divulgados pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral) do Equador, o sim vinha saindo vitorioso em todas as questões do referendo realizado neste domingo (4), com 60% das seções apuradas às 22h15 locais (1h15 de segunda em Brasília).

A menor diferença era registrada na pergunta mais polêmica da votação, a que impede a reeleição sem limite, e que enterraria as chances de Rafael Correa de voltar a concorrer à Presidência, mas a vantagem era folgada para o 'sim' —64,83% contra 35,17%.

Até então, as perguntas que vinham obtendo mais apoio eram as que definiam a proscrição da vida pública a políticos acusados de corrupção (74,1%), a que pedia a não prescrição de delitos sexuais contra menores (73,9%) e a que defendia a limitação do uso de terras para a mineração que afetem o ambiente (69,2%).

O Conselho Nacional Eleitoral afirmou que votaram 10,5 milhões de pessoas (de um total de 13 milhões de eleitores), e que não houve distúrbios nem incidentes graves reportados pelos observadores internacionais.

DIA DE VOTAÇÃO

O presidente Lenín Moreno votou pela manhã, e afirmou que a consulta popular tinha "importância transcedental" para o país, "porque não vamos mais deixar que os corruptos debochem de nós, e vamos proteger nossas florestas, nossos recursos".

No final da tarde, Moreno se reuniu no Palácio de Carondelet, sede da Presidência equatoriana, com seus ministros, para acompanhar o resultado.

Já Rafael Correa não pôde votar, uma vez que havia transferido seu título de eleitor para a Bélgica, onde tencionava passar a residir. Assim, compareceu a um centro eleitoral em Guayaquil para justificar sua ausência.

Ainda assim, seguiu a tarde toda entusiasmando os eleitores do não pelas redes sociais. Numa de suas postagens, afirmou: "queridos companheiros, independentemente dos resultados de hoje, já vencemos. A traição e a campanha mais desigual da história contemporânea fez com que déssemos o melhor de nós. Obrigada aos milhares de voluntários de nossa campanha".

Membros da oposição também mostraram entusiasmo pela votação e apoio a Moreno, foi o caso de seu rival nas últimas eleições, Guillermo Lasso, que fez campanha pelo sim. Após votar pela manhã, em Guayaquil, o ex-candidato afirmou: "Este é um dia para festejar de modo democrático. A partir de agora, Rafael Correa é parte do passado no Equador, e portanto todos os equatorianos devemos aplaudir com profunda emoção este dia em que damos um passo adiante em nossa democracia."

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