Conselho de Segurança da ONU adota resolução que pede cessar-fogo na Síria

Aliada de Damasco, Rússia finalmente aceita recomendação de trégua de 30 dias

Reuters e Associated Press

O Conselho de Segurança da ONU aprovou neste sábado (24) por unanimidade uma resolução que pede uma trégua de 30 dias na Síria para permitir a entrada de ajuda humanitária e médicos no enclave rebelde de Ghouta Oriental, bombardeado há uma semana por tropas leais ao ditador Bashar al-Assad.

A Rússia, aliada de Damasco, se opunha até aqui à adoção do texto, o que levou a sua votação a ser adiada algumas vezes desde o começo das discussões nas Nações Unidas, na quinta (22).

O embaixador da Rússia para a ONU, Vasily Nebenzya, dirige-se aos colegas do Conselho de Segurança depois de votar a favor da resolução - Eduardo Muñoz/Reuters

O número de mortos desde que teve início a ofensiva do regime contra Ghouta, no domingo (18), já passa de 500 ---127 das vítimas são crianças. Há ainda mais de 2.400 feridos.   

A região (formada por uma série de cidades-satélites e fazendas a leste de Damasco) está sob cerco das forças oficiais desde 2013, quando Assad foi acusado de usar gás sarin em um ataque ao local, matando cerca de 1.300 pessoas —o governo nega o emprego da arma química.

A população ali é de cerca de 400 mil habitantes.

O embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia, havia dito que a ideia de um cessar-fogo imediato na região não era realista —a proposta inicial era que o armistício começasse em 72 horas.

Por isso, Suécia e Kuwait alteraram o documento, que, na versão aprovada, “pede que todas as partes interrompam as hostilidades sem demora”, mas não especifica uma data exata para que isso aconteça.

Antes da votação, o embaixador sueco na ONU, Olof Skoog, afirmara que a resolução poderia ajudar a distender o clima na região e a salvar vidas: "Os comboios e equipes de evacuação da ONU estão prontos para ir para lá". 

O Observatório Sírio de Direitos Humanos, com sede em Londres, informou que aviões de guerra alvejaram Ghouta na noite de sábado apenas alguns minutos depois da adoção da resolução pelas Nações Unidas. 

O bombardeio, segundo a entidade, atingiu a cidade de Shifouniyeh.

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