Maduro ameaça ir à Cúpula das Américas mesmo desconvidado

Peru, que sedia encontro, afirma que venezuelano não pode entrar sem convite

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Caracas e Lima | AFP

O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou nesta quinta-feira (15) que irá à Cúpula das Américas em Lima, no Peru, em abril, mesmo tendo sido 'desconvidado' pelo anfitrião. 

"Eles estão com medo de mim? Não querem me ver em Lima? Pois me verão; mesmo que chova, troveje ou relampeie, chegarei à Cúpula das Américas por ar, terra ou mar, com a verdade", afirmou Maduro em coletiva em Caracas. 

O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, dá entrevista coletiva no Palácio Miraflores, em Caracas - Xinhua

"Um chefe de Estado não chega a um país sem convite, então ele [Maduro] não pode pisar solo peruano sem um convite", respondeu a chefe de gabinete do governo peruano, Mercedes Aráoz.

"É uma atitude agressiva. Nem o solo peruano, nem o mar peruano, nem o ar peruano pode ser invadido por uma força estrangeira", acrescentou. 

Na última terça (13), após reunião entre os 14 chanceleres do Grupo de Lima, o Peru anunciou que a presença de Maduro no encontro "já não era bem-vinda". O anúncio ocorreu após decisão de Maduro de antecipar as eleições presidenciais para 22 de abril, sem acordo com a oposição. 

Segundo Aráoz, a decisão de retirar o convite foi "compartilhada pelo Grupo de Lima e é uma política de Estado". 

A declaração final do grupo pediu que Venezuela "reconsidere a convocação de novas eleições presidenciais e apresente um novo calendário eleitoral".

"Não pode haver eleições livres e justas sem a plena participação dos partidos políticos e [com] os líderes detidos ou incapacitados arbitrariamente, com uma autoridade eleitoral sob controle do governo, sem a participação de milhares de venezuelanos no exterior, impossibilitados de votar", segundo a declaração conjunta.

Maduro afirmou que, apesar do "desconvite", ele recebeu uma carta do presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, no dia seguinte, convidando-o para a cúpula, nos dias 13 e 14 de abril. 

Ele insistiu em que a eleição presidencial, na qual disputará a reeleição, irá adiante como planejado. 

"Na Venezuela, venezuelanos estão no comando, não o Grupo de Lima, não Pedro Pablo Kuczynski, não [o presidente da Colômbia] Juan Manuel Santos," afirmou.

Segundo Maduro, o Grupo de Lima é composto pelos "mais impopulares governos do planeta". "Para mim é uma honra que a oligarquia da região faz o que faz contra nós", disse. 

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