Descrição de chapéu israel Binyamin Netanyahu

Presidente palestino ataca Hamas e chama embaixador dos EUA de filho de um cão

Mahmoud Abbas acusa rivais de planejarem atentado contra primeiro-ministro na faixa de Gaza

À frente de outros três homens de terno, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, aparece sério no palco de um evento do Fatah no início de março em Ramallah, na Cisjordânia
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, participa de evento do Fatah em Ramallah, na Cisjordânia, no início de março - Abbas Momani - 1.mar.2018/AFP
Ali Sawafta
Ramallah | Reuters

O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, culpou nesta segunda-feira (19) o grupo extremista islâmico Hamas por um ataque a bomba contra o comboio do primeiro-ministro Rami Hamdallah em Gaza e ameaçou acabar com esforços de reconciliação com os rivais.

Abbas também chamou o embaixador dos Estados Unidos em Israel, David Friedman, de “filho de um cão”, por causa de seu apoio a assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada.

O líder palestino acusou Friedman de defender os colonos israelenses na Cisjordânia sob o argumento de que eles estão construindo em “suas terras”. O insulto provocou repreensões do diplomata e do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Em um tom irritado, Abbas disse: “O filho de um cão diz que eles constroem em suas terras? Ele é um colono, e sua família é de colonos, e ele é o embaixador dos EUA em Tel Aviv. O que devemos esperar dele?”

Friedman, um forte defensor do movimento de colonos de Israel, foi um dos primeiros defensores entusiastas da decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel e transferir a embaixada dos Estados Unidos para lá.

Friedman respondeu durante um discurso em Jerusalém numa conferência sobre o combate ao antissemitismo global, dizendo: “A resposta dele foi se referir a mim como filho de um cão. Antissemitismo ou discurso político? Não vou julgar, deixo tudo isso para vocês.”

Netanyahu disse que as decisões de Trump sobre Jerusalém parecem ter levado Abbas ao ponto de fazer ataques verbais.

“Pela primeira vez em décadas, o governo dos EUA parou de estragar os líderes palestinos e dizem a eles: basta”, afirmou Netanyahu no Twitter. “Aparentemente, o choque da verdade fez com que eles a perdessem.”

HAMAS X FATAH

O rancor entre o Hamas e a facção Fatah, de Abbas, tem aumentado desde que o comboio de Hamdallah e do chefe de segurança palestino, Majid Faraj, foi atacado por uma bomba em 13 de março. Eles não ficaram feridos.

“Nós celebramos os dois grandes irmãos (Hamdallah e Faraj) por estarem seguros após o pecaminoso e desprezível ataque que foi realizado contra eles pelo movimento Hamas na faixa de Gaza”, disse Abbas. Ele não forneceu evidências de envolvimento do Hamas, mas disse não confiar no Hamas para investigar o incidente honestamente.

“Nós não queremos uma investigação feita por eles, nós não queremos informação deles e nós não queremos nada deles porque nós sabemos exatamente que eles, o movimento Hamas, foi aquele que cometeu este incidente”, disse.

O líder palestino afirmou que houve “zero” progresso em reconciliação, citando esforços recentes para um acordo de compartilhamento de poder na faixa de Gaza e segurança dentro do enclave.

Em um discurso em uma cúpula da liderança palestina na cidade de Ramallah, na Cisjordânia, Abbas alertou ao Hamas que o grupo terá que abandonar controle de Gaza ou arriscar tomar responsabilidade total pelo enclave e seus dois milhões de habitantes sem nenhuma ajuda da Autoridade Palestina, apoiada pelo Ocidente.

Ele disse que irá tomar as “medidas nacionais, legais e financeiras” necessárias, mas não especificou quais decisões isto irá envolver.

“Em minha capacidade como presidente do povo palestino, eu tolerei muito para poder reconquistar unidade e unir a pátria, e fui recebido com rejeição pelo Hamas e sua autoridade ilegítima”, disse.

As facções Fatah e Hamas têm tentado há anos chegar a um compromisso sobre o comando da faixa de Gaza, mas têm repetidamente fracassado em implementar acordos, em maioria mediados pelo Egito.
 

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