Descrição de chapéu Deutsche Welle

Guarda-costas de Bin Laden vive de ajuda social na Alemanha

Sami A. e sua família recebem cerca de R$ 4.250 mensais do estado da Renânia do Norte-Vestfália

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audiência judicial em corte
Ex-guarda-costas de Osama bin Laden, Sami A., de camiseta listrada, em uma de suas várias audiências judiciais - WDR/Reprodução
DW

O ex-guarda-costas do terrorista Osama  bin Laden recebe mais de 1.000 euros (R$ 4.250) em assistência social na Alemanha, revelou a imprensa alemã nesta terça-feira (24)

Sami A. vive há quase 20 anos no país sob vigilância por ser considerado um "pregador perigoso" e uma ameaça islamista, mas não pode ser deportado para a Tunísia.

A pedido do partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD), o estado da Renânia do Norte-Vestfália comunicou repassar, de acordo com a legislação de assistência social para requerentes de refúgio, o valor de 1.167,48 euros (R$ 4.965) mensais ao ex-guarda-costas de Bin Laden, segundo publicação do tabloide alemão Bild.

O valor se compõe da seguinte forma: 194 euros (R$ 825) para Sami A. e para sua mulher, além de pagamentos entre 133 euros (R$ 565) e 157 euros (R$ 668) para cada uma das quatro crianças do casal.

Sami A. recebe outros benefícios, mas estes não foram especificados pela cidade de Bochum, onde ele mora, sob alegação de proteção de dados pessoais.

Apesar de ser considerado uma ameaça islamita na Alemanha, Sami A. não pode ser deportado. Em abril de 2017, em última instância, um tribunal da Alemanha considerou que, apesar das mudanças na situação política da Tunísia, ainda havia o risco de Sami A. enfrentar tratamento desumano ou tortura ao retornar ao país. Desta forma, Sami A. permanece na Alemanha. Todos os dias, o suposto extremista tem de se reportar à polícia em Bochum, cidade onde reside.

Desde 2006, autoridades alemãs tentam em vão deportar o ex-guarda-costas de Bin Laden. Em 2005, o Departamento de Estrangeiros chegou a negar ao tunisiano uma extensão de sua permissão de residência. Há anos, Sami A. trava uma batalha judicial contra sua deportação.

"Aqui, a lei de refúgio alemã é explorada descaradamente. Temos que financiar um terrorista com dinheiro dos impostos porque não podemos deportá-lo", disse Eckhardt Rehberg, presidente do grupo de trabalho para Orçamento Familiar da União Democrata Cristã (CDU), ao Bild.

Sami A. veio para a Alemanha em 1997 como estudante. De 1999 a 2000, ele passou à clandestinidade num campo afegão de treinamento terrorista e subiu ao posto de guarda-costas de Bin Laden. Atualmente, ele é casado e tem quatro filhos. Sua família tem cidadania alemã.

Nos anos seguintes aos ataques de 11 de setembro de 2001, o tunisiano esteve repetidamente sob suspeita de se mover em meio a círculos terroristas. Em 2009, o serviço de inteligência alemão chegou a deter Sami A. no carro de um suposto terrorista da Al Qaeda.

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