Papa reconhece falha de avaliação sobre pedofilia no Chile e convoca bispos

Em carta, Francisco pede perdão aos chilenos e promete se encontrar com vítimas

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Manifestantes vestidos de religiosos carregam cartaz que diz "Eu amo a pedofilia", em protesto contra o papa Francisco em Santiago, no Chile - Victor R. Caivano. 16.jan.2018/Associated Press
 
 
Santiago | Reuters e AFP

O papa Francisco reconheceu nesta quarta-feira (11) que cometeu "graves erros de avaliação" sobre as acusações de pedofilia supostamente cometidas por padres no Chile e convocou os bispos do país para uma reunião em Roma sobre a situação.

Na carta aos bispos, apresentada pela Conferência Episcopal de Bispos do Chile, Francisco pediu perdão aos chilenos e prometeu se encontrar com as vítimas. 

“Reconheço, e quero que isso seja transmitido fielmente, que incorri em graves erros de avaliação e de percepção da situação, especialmente por falta de informação veraz e equilibrada”, afirmou o papa na carta dirigida a 32 bispos. 

“Peço perdão a todos a quem ofendi e espero poder fazê-lo pessoalmente, nas próximas semanas, nas reuniões que terei com representantes das pessoas entrevistadas”, acrescentou. 

Durante sua visita ao Chile, em meados de janeiro, o papa havia defendido o bispo de Osorno, acusado de acobertar abusos sexuais de padres contra menores.

"Não há uma única prova contra, tudo é calúnia, está claro?", afirmou o papa. "O dia que me trouxerem uma prova vou falar", disse à Radio Bío Bío na ocasião.

O pontífice foi duramente criticado no país por não afastado o bispo, acusado de ter feito vista grossa aos crimes de pedofilia cometidos pelo padre Fernando Karadima, condenado em 2011 por abusar sexualmente de adolescentes.

Já de volta à Santa Sé, o papa pediu desculpas às vítimas chilenas. No fim de janeiro, ele decidiu enviar o principal investigador de abusos sexuais da Igreja Católica, o cardeal maltês Charles Scicluna, para o Chile para apurar as denúncias.

Na carta, Francisco disse que quer discutir as descobertas de Scicluna com os bispos e pediu que eles colaborem para restabelecer a serenidade na igreja chilena, "reparar o escândalo o quanto possível e restabelecer a justiça". 

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