O papa Francisco reconheceu nesta quarta-feira (11) que cometeu "graves erros de avaliação" sobre as acusações de pedofilia supostamente cometidas por padres no Chile e convocou os bispos do país para uma reunião em Roma sobre a situação.
Na carta aos bispos, apresentada pela Conferência Episcopal de Bispos do Chile, Francisco pediu perdão aos chilenos e prometeu se encontrar com as vítimas.
“Reconheço, e quero que isso seja transmitido fielmente, que incorri em graves erros de avaliação e de percepção da situação, especialmente por falta de informação veraz e equilibrada”, afirmou o papa na carta dirigida a 32 bispos.
“Peço perdão a todos a quem ofendi e espero poder fazê-lo pessoalmente, nas próximas semanas, nas reuniões que terei com representantes das pessoas entrevistadas”, acrescentou.
Durante sua visita ao Chile, em meados de janeiro, o papa havia defendido o bispo de Osorno, acusado de acobertar abusos sexuais de padres contra menores.
"Não há uma única prova contra, tudo é calúnia, está claro?", afirmou o papa. "O dia que me trouxerem uma prova vou falar", disse à Radio Bío Bío na ocasião.
O pontífice foi duramente criticado no país por não afastado o bispo, acusado de ter feito vista grossa aos crimes de pedofilia cometidos pelo padre Fernando Karadima, condenado em 2011 por abusar sexualmente de adolescentes.
Já de volta à Santa Sé, o papa pediu desculpas às vítimas chilenas. No fim de janeiro, ele decidiu enviar o principal investigador de abusos sexuais da Igreja Católica, o cardeal maltês Charles Scicluna, para o Chile para apurar as denúncias.
Na carta, Francisco disse que quer discutir as descobertas de Scicluna com os bispos e pediu que eles colaborem para restabelecer a serenidade na igreja chilena, "reparar o escândalo o quanto possível e restabelecer a justiça".
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