Fronteira entre Israel e Gaza tem dia de calma após cessar-fogo do Hamas

Egito mediou fim a hostilidades entre militantes palestinos e forças israelenses

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Homem verifica danos em local atingido por ataque aéreo israelense, em Khan Younis, em Gaza - Mahmud Hams/AFP
Gaza | Reuters

A fronteira entre Israel e Gaza viveu momentos de calma nesta quarta-feira (30) após anúncio de um cessar-fogo mediado pelo Egito depois das mais intensas hostilidades entre militantes palestinos e forças israelenses desde 2014. 

Militantes do Hamas, que domina Gaza, e da Jihad Islâmica dispararam dezenas de foguetes e bombas de morteiro contra o sul de Israel durante o dia e a noite de terça-feira, ao que Israel respondeu com bombardeios aéreos e terrestres contra mais de 50 alvos no encrave. 

Não houve relatos de novos ataques após o Hamas anunciar que cessaria fogo se Israel fizesse o mesmo, na manhã desta quarta. Israel sinalizou que interromperia os ataques caso os disparos de foguetes também parassem. 

Mesmo durante os confrontos, ambos os lados pareciam evitar um conflito maior após semanas de violência na fronteira. 

O Hamas não lançou seus foguetes de longa distância contra o coração de Israel, mesmo se as salvas palestinas interrompessem a vida cotidiana nas comunidades israelenses da fronteira. Forças israelenses tomaram como alvo campos que pareciam ter sido esvaziados em antecipação a um ataque. 

Nem os grupos militantes nem Israel relataram a ocorrência de mortes. Três soldados israelenses foram feridos por estilhaços. 

Uma autoridade palestina disse que a mediação egípcia levou a um cessar-fogo. Os termos do acordo não foram além da "restauração da calma por ambos os lados". 

O Hamas atendeu a trégua mediada pelo Egito e que pôr fim a sete semanas de guerra em Gaza quatro anos atrás. 

Na manhã desta quarta, escolas reabriram nas cidades israelenses da fronteira. As ruas de Gaza se encheram de vendedores.

Israel não chegou a declarar um cessar-fogo formal com o Hamas e a Jihad Islâmica, a quem considera organizações terroristas, mas disse que qualquer retorno dos ataques palestinos levaria a uma resposta militar mais forte. 

O premiê Binyamin Netanyahu afirmou nesta quarta que o Exército israelense "infligiu o golpe mais duro em anos" contra os grupos militantes.

"O Exército reagiu com vigor contra os disparos vindos de Gaza, atacando dezenas de alvos terroristas, o golpe mais duro em anos", afirmou em comunicado. 

"Os responsáveis pela escalada, com o respaldo do Irã, são o regime de Hamas, a Jihad Islâmica e outras organizações terroristas", acrescentou. 

"Acredito que haja um acordo indireto com o Hamas para pôr fim à atual onda de ataques", disse o ministro da Energia, Yuval Steinitz, membro do gabinete de segurança de Netanyahu.

"Tudo depende do Hamas", disse o ministro da Inteligência israelense, Israel Katz. 

O porta-voz da Jihad Islâmica, Daoud Shebab, disse que o sucesso do cessar-fogo em vigor dependeria de "se Israel evitará uma escalada militar contra Gaza". 

Tanto o Hamas quanto a Jihad Islâmica disseram que os disparos foram em resposta à morte de ao menos 116 palestinos por forças israelenses em protestos na fronteira, desde 30 de março. 

Israel disse que cerca de 70 foguetes e morteiros foram disparados de Gaza em território israelense. Alguns foram interceptados pelo sistema antifoguetes Escudo de Ferro e outros caíram sobre áreas rurais vazias. Um explodiu no pátio de um jardim de infância antes de abrir. 

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