O Ministério da Saúde da faixa de Gaza, controlado pelo grupo radical Hamas, tirou uma menina de oito meses da lista de mortos na investida do Exército israelense contra manifestantes palestinos em 14 de maio, segundo o jornal britânico The Guardian.
No dia da ação dos soldados israelenses, as autoridades disseram que Layla Ghandour havia morrido pela inalação do gás lacrimogêneo disparado pelos israelenses. A imagem dos pais com a criança morta no colo foi publicada em todo o mundo.
Dias depois, porém, a agência de notícias Associated Press informou, citando o relato de um médico não identificado, que a bebê tinha uma doença preexistente e que a exposição à arma química não havia causado a morte dela.
Em entrevista ao Guardian, o porta-voz do ministério, Ashraf al-Qidra, disse que o nome foi retirado para que uma investigação fosse aberta. Segundo ele, foi a família de Layla que declarou estar na fronteira quando a criança morreu.
Ele acrescenta que ainda não está clara a causa da morte. “É uma situação muito complicada. A ocupação [Israel] quer provar que ela não foi morta por gás lacrimogêneo. Não estou dizendo que foi, mas precisamos investigar.”
Qidra aludia à acusação de que o Hamas contabilizou a morte para fins políticos. Ao Guardian, o porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Jonathan Conricus, disse ter baseado a alegação em informações de serviços de inteligência.
No dia 18, o jornal The New York Times informou que a família teria admitido a doença de Layla — persistência do canal arterial (PCA), enfermidade cardíaca congênita também conhecida como “um buraco no coração”.
A autópsia preliminar atesta que a criança sofreu uma pausa severa na circulação sanguínea e respiratória e que ela sofria de problemas cardíacos desde o nascimento, mas não associa o incidente circulatório ao gás.
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