Turquia expulsa temporariamente embaixador de Israel

Medida é tomada após 60 palestinos serem mortos em confronto com militares israelenses

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Jerusalém e Ancara | Reuters, AFP e Associated Press

​​O governo da Turquia anunciou nesta terça-feira (15) que expulsou temporariamente o embaixador de Israel no país em resposta à morte de 60 palestinos por militares israelenses na segunda (14). 

Eitan Naeh foi convocado pelo Ministério de Relações Exteriores turco, onde foi informado que deveria regressar a seu país por um período. Não há prazo determinado para que ele volte a Ancara. 

Além disso, o governo turco também pediu que seus embaixadores em Tel Aviv e em Washington retornassem ao país para consulta, em outro sinal da piora das relações diplomáticas entre os países.

Em reação, Israel também expulsou temporariamente o cônsul turco, baseado em Jerusalém. 

O presidente Recep Tayyip Erdogan, um dos principais críticos do premiê israelense Binyamin Netanyahu, convocou também um ato para sexta (18) em homenagem aos palestinos mortos.

A Turquia disse ainda que está aberta a receber parte dos feridos nos confrontos de segunda, uma vez que o sistema de saúde da faixa de Gaza estaria com dificuldade de atender o grande número de vítimas.

Desde o início da atual onda de protestos, no fim de março, mais de 11 mil pessoas ficaram feridas na região, incluindo cerca de 2.700 na segunda.

Embora nenhum outro país tenha decidido pela expulsão do embaixador, muitos líderes criticaram o modo como Israel conduziu o caso. 

A primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmou que a violência registrada em Gaza é trágica e preocupante. Ela disse ainda que é necessária uma investigação independente para analisar as mortes pelas forças israelenses.

"Uma violência dessa magnitude é destrutiva para os esforços de paz."

Já o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que conversou com Netanyahu e condenou a violência, além de ter defendido o direito de a população civil protestar pacificamente.

O primeiro-ministro belga, Charles Michel, disse que pediu a seu ministro de Relações Exteriores, Didier Reynders, que convoque a embaixadora israelense no país, Simona Frankel.

Bruxelas quer que a diplomata dê explicações sobre declarações que ela deu à imprensa local, na qual afirmou que todos os palestinos mortos eram terroristas e que os militares israelenses agiram de modo proporcional para impedir que seus cidadãos fossem alvejados. 

Os governos da Irlanda e da África do Sul tomaram medidas semelhantes e também convocaram os embaixadores de Israel para que estes dêem explicações sobre o caso. 

Diversos países também se manifestaram a favor de que o Conselho de Segurança da ONU autorize uma equipe para investigar os confrontos entre os manifestantes palestinos e os militares israelenses, entre eles a própria Bélgica, a Alemanha e o Reino Unido. 

Um pedido inicial feito pelo Kuait foi vetado pelos Estados Unidos, mas Londres afirmou que trabalha em um nova resolução que possa ser autorizado e que esteja focada no uso de armas de fogo pelas tropas israelenses. 

A embaixadora americana na ONU,  Nikki Haley, afirmou que nenhum país que estivesse na mesma situação de Israel teria agido com tanta moderação contra as manifestações em Gaza.

Segundo ela, os EUA estão dispostos a negociar um acordo de paz "baseado na realidade" entre israelenses e palestinos.

      

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