Descrição de chapéu México

A um mês das eleições, duas candidatas são assassinadas no México

Ao menos 30 políticos e funcionários estatais foram mortos neste ano no país

Oaxaca e Puebla | AFP

Duas candidatas nas próximas eleições gerais de 1º de julho foram assassinadas no México no fim de semana, afirmaram autoridades locais.

Juany Maldonado, 45, candidata pelo Partido Verde, foi morta junto com a conselheira Érika Casares, 28, em uma zona rural do estado de Puebla, na região central do país.

Já Pamela Terán, do governista Partido Revolucionário Institucional (PRI), foi morta no sábado (2) no município de Juchitán, no estado de Oaxaca, quando saía de um restaurante. A fotógrafa María del Sol Cruz e um segurança identificado como Adelfo também foram mortos.

A candidata Pamela Terán foi assassinada no México
A candidata Pamela Terán foi assassinada no México ORG XMIT: lsRMq4pC-5JAKObp0p8W - Facebook/Reprodução

Terán buscava ser eleita como vereadora por Juchitán e era filha de Juan Terán, identificado como líder de um cartel de narcotráfico dessa região preso desde 2017.

Dois anos atrás ela se candidatou à prefeitura da cidade e tinha como base a defesa dos trabalhadores da construção civil e de pequenos agricultores contrários à construção de um parque eólico.

Empresária do setor moveleiro, Maldonado disputava como deputada estadual e foi morta em uma emboscada na noite de sexta-feira (1º). Os corpos dela e de Casares foram encontrados no dia seguinte dentro de um veículo no município de Unión Zihuateutla, a cerca de 235 km da Cidade do México. Nada foi roubado. 

"Exigimos das autoridades locais e federais o esclarecimento deste assassinado", afirmou em nota o Partido Verde. "É urgente que as autoridades tomem as rédeas do assunto para pôr fim à violência e à agressão que enfrentam os aspirantes e candidatos a cargos públicos, no marco do atual processo eleitoral." 

Em março, o candidato do PRI à prefeitura de Francisco Z. Mena foi assassinado na mesma região que Maldonado. Também neste ano foi morto Aarón Varela, que buscava a prefeitura de Santa Clara Ocoyucan, em Puebla.

Desde o início da campanha no México, em setembro, mais de cem políticos foram assassinados no país —a maioria devido à oposição a cartéis do narcotráfico e milícias.

A presidente do Tribunal Eleitoral, Janine Otálora Malassis, pediu que as autoridades reforcem a segurança dos comícios, principalmente das candidatas mulheres, e investigue os casos de assassinatos políticos com celeridade. "Exercer um direito não deveria significar colocar a vida em risco", disse.

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