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Enquanto Donald Trump ataca aliados, rivais dos Estados Unidos comemoram

China vai ocupando o vácuo deixado pelos EUA e Rússia vê sua autocracia legitimada

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São Paulo

No mesmo dia em que o presidente americano, Donald Trump, tuitava ofensas contra o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, e ameaçava exacerbar a guerra comercial com a imposição de tarifas também sobre automóveis, o diretor de Inteligência Nacional dos Estados Unidos, Dan Coats, alertava para as tentativas da Rússia de minar os ideais democráticos do Ocidente. 

“Os russos estão ativamente tentando semear divisões na nossa aliança, e não podemos permitir isso”, disse. 

Em foto divulgada pelo governo alemão, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente dos EUA, Donald Trump, conversam durante reunião do G7
Em foto divulgada pelo governo alemão, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente dos EUA, Donald Trump, conversam durante reunião do G7 - Jesco Denzel/AFP

Na realidade, Trump tem sido muito mais eficiente do que a Rússia em seus esforços para sabotar ordem internacional estabelecida após a Segunda Guerra Mundial.

O ataque contra o G-7, que une sete das maiores democracias do mundo e funciona como um clube dos ricos, foi apenas o mais recente golpe. 

Alérgico a qualquer organização ou acordo multilateral, Trump já havia retirado os EUA do acordo de Paris sobre o clima, da Parceria Transpacífico e do acordo nuclear com o Irã. O americano ameaça sair do Nafta e impôs tarifas sobre alumínio e aço importados de seus principais aliados, Canadá, UE e México.

Como disse recentemente o presidente da UE, Donald Tusk: “Olhando para as últimas decisões do presidente Donald Trump, podemos pensar: com amigos como esse, quem precisa de inimigos?”.

Após aguentar estoicamente os desaforos em série e tentar seduzir o presidente americano, os aliados partiram para a guerra comercial aberta e retaliações serão inevitáveis. Enquanto Trump afirmava que seria uma boa ideia levar a Rússia de volta para o G8, o presidente francês, Emmanuel Macron, rebatia, dizendo que, se Trump não se importava de ficar isolado, o G-7 não se incomodava em virar G-6. 

Mas em meio a toda essa guerra contra seus aliados, quem comemora são os rivais estratégicos dos EUA: a China, que vai ocupando o vácuo deixado pelos EUA no cenário internacional, e a Rússia, que vê sua autocracia legitimada pelo desdém do presidente americano pelos valores democráticos.  

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