O socialista Pedro Sánchez tomou posse como primeiro-ministro espanhol neste sábado (2) em juramento diante do rei Felipe 6º, no palácio real Zarzuela, em Madri.
Ele fez a cerimônia com a mão sobre a Constituição. Pela primeira vez o ato não foi realizado sobre a Bíblia ou um crucifixo.
Menos de duas horas depois, Quim Torra, líder da Catalunha, também empossado neste sábado --o que encerrou sete meses de governo direto de Madri sobre a região--, pediu uma conversa "de governo para governo" com Sánchez.
Torra prometeu alcançar a independência para a região. Sánchez já havia declarado querer conversar sobre a Catalunha, mas ser contra um referendo sobre independência.
Sánchez disse que vai combater a corrupção e apoiar os espanhóis afetados pelos anos de governo de Mariano Rajoy. Ele disse ainda que pretende conduzir o país até metade de 2020, quando o mandato parlamentar acaba.
Diferentemente do novo governo italiano, Sánchez e seu partido apoiam firmemente a União Europeia e a moeda comum.
Destituição do governo
O governo espanhol foi destituído por votação parlamentar nesta sexta-feira (1°) devido a um vultoso escândalo de corrupção.
Deputados aprovaram pela maioria absoluta de 180 votos, em uma Câmara de 350 cadeiras, a moção de censura contra o premiê Mariano Rajoy, do conservador PP (Partido Popular). Diversas figuras de sua sigla, incluindo o ex-tesoureiro, estavam ligadas a um esquema de venda de contratos públicos.
A moção fora apresentada na véspera pelo líder opositor PedroSánchez, do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), que passa a ser o premiê . É o sétimo governante desde a redemocratização do país nos anos 1970.
Pedro Sánchez perdeu as eleições nas duas vezes em que concorreu, amargou resultados historicamente ruins, foi expulso da liderança do próprio partido --e conseguiu por fim assumir o cargo de primeiro-ministro espanhol nesta sexta-feira (1°).
Sánchez também terá o desafio de governar sem uma maioria parlamentar (tem 84 cadeiras, em um total de 350), e as perspectivas são de que convoque novas eleições já durante os próximos meses. Até que seu breve mandato chegue ao fim, tentará reverter a baixa popularidade do partido antes de voltar às urnas --onde, segundo as pesquisas correntes, perderá uma outra vez.
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