Trio de ex-presidentes peruanos é investigado por caso Odebrecht

García, Toledo e Kuczynski teriam recebido da empresa contribuições ilegais para campanhas

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Manifestantes no Peru carregam caixão com o nome da empreiteira brasileira Odebrecht
Manifestantes no Peru carregam caixão com o nome da empreiteira brasileira Odebrecht - Sebastian Castañeda - 12.jan.2017/Reuters
Lima | AFP

A Procuradoria peruana abriu uma investigação preliminar contra os ex-presidentes Pedro Pablo Kuczynski (2016-2018), Alan García (1985-1990 e 2006-2011) e Alejandro Toledo (2001-2006), acusados de receber contribuições ilegais da construtora brasileira Odebrecht para suas respectivas campanhas eleitorais.

Segundo a Procuradoria, também serão investigados por lavagem de ativos outras três pessoas próximas a cada um deles.

Todos os ex-presidentes negaram ter recebido dinheiro da construtora.

As investigações começaram após os interrogatórios feitos pela Procuradoria peruana com o brasileiro Jorge Barata, ex-chefe da Odebrecht no Peru, em fevereiro passado em São Paulo.

O diretor afirmou que distribuiu milhões de dólares entre os candidatos à presidência Peruana entre 2001 e 2016.

Barata declarou na ocasião que entregou US$ 300 mil (R$ 1 milhão pela cotação atual) para a campanha de Kuczynski (2016-2018) por meio da banqueira Susana de la Puente, que também será investigada e foi embaixadora do Peru em Londres.

O ex-diretor indicou que a Odebrecht contribuiu ainda com as campanhas de Alejandro Toledo, Alan García e Ollanta Humala (2011-2016), segundo revelou meses atrás o portal IDL-Reporteros, que periodicamente divulga informações sobre este escândalo.

A líder opositora Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, também recebeu dinheiro para a sua campanha. No entanto, em seu caso, a Procuradoria investiga seus dois chefes de campanha em 2011.

Segundo Barata, nas eleições de 2011, a Odebrecht contribuiu ou canalizou contribuições a quatro candidatos: US$ 3 milhões (R$ 10 milhões) a Humala; US$ 1,2 milhão (R$ 4,4 milhões) a Fujimori, US$ 700 mil (R$ 2,6 milhões) a Toledo e US$ 300 mil a Kuczynski.

A Odebrecht havia admitido anteriormente que desembolsou subornos no valor de US$ 29 milhões (R$ 107 milhões) no Peru entre 2005 e 2014, ao longo dos governos de Toledo, García e Humala.

O ex-presidente Humala já é investigado pela Procuradoria por ter recebido US$ 3 milhões da Odebrecht para sua campanha.

A investigação formal da Procuradoria se concretiza após ter terminado de revisar as transcrições e traduções oficiais das autoridades brasileiras dos interrogatórios. 

O Peru é, depois do Brasil, o país mais afetado na América Latina pelo escândalo de corrupção da Odebrecht.

Kuczynski se tornou no último 21 de março o primeiro presidente da região a renunciar ao cargo devido ao suposto envolvimento de suas empresas em negócios com a Odebrecht, quando o hoje ex-governante e ex-banqueiro de Wall Street era primeiro-ministro no governo de Toledo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.