Jornalistas brasileiros são detidos por um dia na Venezuela

Eles cobriam crise migratória na fronteira com o Brasil quando foram detidos acusados de espionagem

Caracas | AFP

Dois jornalistas brasileiros e um espanhol foram detidos durante várias horas por militares venezuelanos quando realizavam uma reportagem sobre a crise migratória na fronteira entre Brasil e Venezuela.

Os brasileiros Tiago Henrique da Silva e Fernanda Kraide Camuzzo e o espanhol Álvaro Fernández Fernández foram detidos na noite de segunda-feira (12), quando cobriam a crise migratória venezuelana na localidade de Santa Elena, e libertados na tarde de terça-feira (13).

Militares patrulham a cidade de Santa Elena, na Venezuela
Militares patrulham a cidade de Santa Elena, na Venezuela - Nacho Doce/Reuters

"Confirmamos que o Exército venezuelano libertou nossos colegas detidos durante quase 24 horas, a partir da noite de 12 de novembro, no Centro Militar de Escamoto, na cidade de Santa Elena. Nossos companheiros já se encontram no território brasileiro", informou o site da revista Late, empreendimento editorial de jornalistas latino-americanos para o qual trabalhavam.

Segundo o site, os jornalistas atravessaram a fronteira de Pacaraima para Santa Elena, onde foram detidos "acusados de espionagem", "completamente" revistados e passaram a noite em colchonetes. 

O Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP) da Venezuela denunciou o incidente como uma "prática sistemática de assédio" à mídia internacional por parte das autoridades venezuelanas.

Em setembro passado, uma jornalista argentina e dois britânicos foram detidos durante oito horas por militares venezuelanos na localidade de Paraguachón (noroeste), na fronteira com a Colômbia.

Organizações como o SNTP e o Espaço Público acusam o governo do presidente Nicolás Maduro de violar a liberdade de expressão com o fechamento de jornais, censura e restrições à entrega de papel de imprensa, controlado pelo Estado.

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