Mundo precisa agir para proteger a liberdade de informação, diz entidade

Documento do Repórter Sem Fronteiras pede defesa do jornalismo e da liberdade de expressão

São Paulo

A humanidade precisa trabalhar para garantir a livre circulação de informação e de comunicação no mundo, diz um novo documento da organização Repórter Sem Fronteiras.

Para isso, é preciso defender o pluralismo de ideias, a liberdade de expressão e a independência jornalística, afirma a declaração divulgada nesta segunda-feira (5).

“Conhecimento é necessário para o ser humano desenvolver suas capacidades biológicas, psicológicas, sociais e econômicas. O acesso a esse conhecimento, em especial ao conhecimento da realidade, é essencial”, afirma o texto em sua abertura.  

Ação da Faculdade de Jornalismo da Universidade Columbia mostra notícias falsas em jornais de papel em uma banca de Nova York
Ação da Faculdade de Jornalismo da Universidade Columbia mostra notícias falsas em jornais de papel em uma banca de Nova York - Angela Weiss - 30.out.18/AFP

“O controle político da mídia, a submissão de notícias e informações a interesses privados, a crescente influência de atores corporativos que escapam ao controle democrático, a desinformação em massa, a violência contra repórteres e editores e o enfraquecimento do jornalismo de qualidade ameaçam o exercício do direito ao conhecimento”, continua o documento.”Qualquer tentativa de limitá-lo abusivamente, seja pela força, pela tecnologia ou por meios legais, é uma violação do direito à liberdade de opinião”

Intitulado "Declaração Internacional sobre a Informação e a Democracia", o texto tem seis páginas e conclui defendendo a criação de um conselho internacional capaz de implementar e fiscalizar as propostas do texto.

Não fica claro, porém, quem seriam essas pessoas ou como elas seriam escolhidas. O documento foi concebido por uma comissão formada por 25 personalidades e especialistas, entre eles o  secretário-geral da Repórteres sem Fronteiras (RSF), o francês, Christophe Deloire, o cientista político americano Francis Fukuyama e quatro vencedores do Nobel: o indiano Amartya Sen, o americano Joseph Stiglitz (ambos de economia) a iraniana Shirin Ebadi (paz) e o peruano Mario Vargas Llosa (literatura).

O grupo pede que entes públicos se comprometam com a defesa da privacidade e da transparência e com o respeito a diferenças políticas, ideológicas e religiosas.

Defende também que mecanismos para diminuir a concentração de mídia em locais onde isso ocorra, mas sem especificar como isso deveria ocorrer.

Em uma referência às redes sociais e à internet, o documento pede ainda que plataformas que sirvam para a disseminação de informação também sigam esses princípios e sejam cobrados por isso.

“A integridade do processo democrático é violada quando a informação que pode influenciar o processo é manipulada”, diz o texto.

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