Descrição de chapéu Governo Trump

Recontagem de votos na Flórida leva a batalha entre Trump e democratas

Presidente volta a dizer que houve fraude no estado, onde republicanos venceram eleição por 0,5 ponto

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Cerca de dez cédulas aparecem na mão de uma pessoa, cujo resto do corpo não aparece na imagem.
Funcionário da comissão eleitoral segura cédulas durante recontagem dos votos em Lauderhill, na Flóirda - Carlo Allegri/Reuters
Washington

O presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a sugerir nesta segunda (12) que houve fraude nas eleições da Flórida e se opôs à recontagem de votos no estado, iniciada no domingo (11), sem, no entanto, apresentar provas que comprovem as acusações.

Ele afirmou em uma rede social que os candidatos republicanos Rick Scott e Ron DeSantis, que venceram por margens apertadas as corridas para o Senado e o governo do estado, deveriam ser declarados vencedores, já que "grandes números de novos votos apareceram do nada" e que "muitas cédulas estão faltando ou foram forjadas". 

A mensagem é semelhante à que escreveu na última sexta (9), quando acusou funcionários eleitorais de terem "achado vários votos" na apuração que reduziram a diferença entre Scott e seu oponente. "Por que eles nunca acham votos republicanos?", questionou. 

Os resultados estão sob análise após os republicanos vencerem por diferença de menos de 0,5 ponto percentual. 

O episódio ecoa o que ocorreu no pleito presidencial de 2000, quando George W. Bush venceu o democrata Al Gore após uma longa espera pelos resultados do estado.

A recontagem, que envolve a revisão de cédulas de votação por máquinas, deve terminar até quinta (15). Os votos podem passar ainda por análise manual caso a diferença permaneça igual ou inferior a 0,25 ponto percentual. 

Os resultados levaram a uma batalha entre republicanos e democratas. Os correligionários de Trump insistem no discurso de fraude. Seus opositores tentam conseguir uma vitória suada em um estado-chave para a eleição presidencial de 2020. 

Scott pediu no domingo a um juiz do condado de Broward para que todas as máquinas de votação e cédulas do local que não estivessem em uso na recontagem fossem apreendidas. O pedido foi negado nesta segunda pelo magistrado, que afirmou não ter detectado indícios de fraude. 

A campanha do republicano também entrou com uma ação semelhante para apreender equipamentos de votação do condado de Palm Beach, mas ainda não houve uma decisão sobre o caso. 

Em resposta às acusações de irregularidades, o senador Bill Nelson, adversário de Scott, afirmou que há zero evidência de que democratas estejam tentando roubar as eleições. "O que estamos tentando fazer é garantir que cada voto legítimo seja contado." 

O Comitê Nacional Democrata e a organização progressista VoteVets pediram a um juiz federal para que todos os votos enviados por correio no dia da votação, e não apenas aqueles que chegaram até as 19h, fossem considerados na recontagem. 

Segundo a ação, cerca de 875 mil dos 3,5 milhões de votos por correio não foram contabilizados porque chegaram depois do prazo. As entidades alegam que os eleitores não têm controle sobre o atraso na entrega dos correios e que ignorar essas cédulas representaria um ataque ao direito fundamental ao voto. 

O jogo poderia virar no estado, caso a demanda fosse acatada. Não faria diferença, contudo, na composição do Senado, que continua sob o controle dos republicanos após as eleições de 6 de novembro —eles ficaram com 53 das 100 cadeiras.

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