Descrição de chapéu Governo Trump

Em resort de Trump, Eduardo Bolsonaro defende muro na fronteira com o México

Deputado participa de encontro realizado na Flórida pelo grupo Trumpettes USA

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Steve Bannon e Eduardo Bolsonaro durante encontro na Flórida
Steve Bannon e Eduardo Bolsonaro durante encontro na Flórida - Reprodução/Twitter
Nova York

Uma das principais bandeiras do presidente americano, Donald Trump, a construção de um muro na fronteira entre o México e os Estados Unidos, foi encampada neste sábado (23) pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) durante evento em um resort que pertence ao republicano na Flórida.

As declarações foram dadas em uma festa organizada por Toni Kramer, uma das maiores apoiadoras de Trump, em Mar-a-Lago, resort em Palm Beach. No evento, Eduardo Bolsonaro foi convidado pela anfitriã a subir em um palco e falar algumas palavras.

No vídeo que publicou em uma rede social, o deputado afirma que, antes de ser político, era advogado e que já tinha trabalhado na Polícia Federal, pela qual, segundo ele, teria atuado na fronteira entre Brasil e Bolívia.

Eduardo Bolsonaro disse apoiar a ideia do muro desde a campanha eleitoral de Trump, em 2016. Ele diz que, naquele ano, estava no México, de férias, quando foi questionado por um casal americano sobre em quem votaria na eleição americana, se na democrata Hillary Clinton ou em Trump.

“E eu disse: ‘no Trump’. E o cara arregalou os olhos: ‘Mas ele quer construir um muro!’. E eu respondi: 'Eu não vou para os Estados Unidos ilegalmente'”, respondeu. “Como trabalhei na fronteira entre o Brasil e a Bolívia, nós sabemos como as coisas funcionam. Então, construam o muro. Nós, brasileiros, estamos apoiando vocês”, afirmou.

Ao apresentar o deputado federal, Toni Kramer fez vários elogios ao pai de Eduardo, o presidente Jair Bolsonaro (PSL), um homem que, afirmou, “vai mudar o mundo.”

“O Brasil teve uma grande mudança recentemente. Antes, como todos sabem, o Brasil era muito socialista, muito de esquerda e muito malsucedido”, afirmou a anfitriã.

“As pessoas, os políticos só olhavam para si mesmos, a economia estava mal, as pessoas estavam indo muito mal, e agora, graças a esse homem maravilhoso... espero que fale certo, Jair [algo como Raír] Bolsonaro, o 38º presidente do Brasil. Ele... Deem um grande aplauso, porque esse homem vai mudar o mundo”, disse.

Eduardo Bolsonaro publicou fotos com Eric Trump, um dos filhos do presidente americano, com o ator Jon Voight, a quem descreveu como “ator vencedor de Oscar, expoente conservador e pai da Angelina Jolie”, e, depois, com Steve Bannon, ex-estrategista-chefe da Casa Branca, com quem diz ter tido um “bate-papo agradável”, “unindo forças contra o domínio cultural esquerdista/marxista.”

 

A festa foi organizada pelo grupo Trumpettes USA, do qual Toni Kramer faz parte, assim como três de suas amigas, Suzi Goldsmith, Terry Ebert Mendozza e Janet Levy. Cerca de 700 pessoas estiveram no evento, que tinha ingressos a US$ 300 (cerca de R$ 1120). O tema era “O campo vai a Mar-a-Lago.”

Eric Trump foi a caráter e vestiu botas de cowboy por cima de suas calças. A juíza Jeanine Pirro, apresentadora da conservadora Fox News, aproveitou o evento para criticar o que qualificou de “fronteiras abertas” do país e a ideia de saúde gratuita para todos.

Embora não tenha participado do evento, o presidente Trump apareceu em um vídeo de três minutos, no qual agradeceu a Toni Kramer e falou de seus planos de viajar para o Vietnã, onde se encontra com o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, nesta semana.

O muro na fronteira com o México é alvo de controvérsia nos Estados Unidos. Durante a campanha eleitoral de 2016, o atual presidente americano prometeu que o país vizinho pagaria pela construção.

Depois, Trump tentou pressionar o Congresso a aprovar, no orçamento, uma provisão de US$ 5,7 bilhões para a obra, como condição para evitar uma paralisação parcial do governo.

Não funcionou. Com o impasse entre democratas e o presidente, o governo ficou fechado durante 35 dias, na paralisação mais longa da história dos EUA. Com a maioria dos americanos o responsabilizando pela situação, o republicano recuou e decidiu aprovar medidas que permitiriam financiar o governo. Mas deu um prazo de três semanas, encerrado em 15 de fevereiro, para que os dois lados chegassem a um acordo sobre o muro.

Como isso também não ocorreu, Trump declarou emergência nacional nos EUA, anúncio que já é alvo de contestações judiciais. Com isso, ele consegue redirecionar recursos do orçamento para cumprir a promessa de campanha.

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