Papa pede fim das guerras no Oriente Médio durante visita a Abu Dhabi

É a primeira vez na história que um pontífice visita a península Arábica; Francisco citou Iêmen e Síria

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O papa Francisco em visita a memorial em Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos) - Tony Gentile/Reuters
 
Abu Dhabi | AFP e Reuters

O papa Francisco pediu nesta segunda-feira (4) o fim das guerras no Oriente Médio, cujas "nefastas consequências" são visíveis atualmente "no Iêmen, Síria, Iraque e Líbia".

O pontífice discursou em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, durante um encontro inter-religioso internacional. É a primeira visita da história de um pontífice à península Arábica, o local de nascimento do islã.  

Os Emirados Árabes Unidos fazem parte da coalizão militar liderada pela Arábia Saudita contra o Iêmen. 

"A fraternidade humana exige de nós, representantes das religiões, o dever de banir qualquer nuance de aprovação da palavra guerra, sinônimo de miséria e crueldade. Suas consequências nefastas são visíveis atualmente no Iêmen, na Síria, no Iraque e na Líbia", disse.

Dos quatro países citados, três passam atualmente por uma guerra civil (Síria, Líbia e Iêmen), enquanto o governo iraquiano segue enfrentando a ameaça de grupos radicais islâmicos. 

"Juntos, irmãos da única família humana desejada por Deus, devemos nos comprometer contra a lógica do poder armado, contra a monetização das relações, armamento das fronteiras, construção de muros, o engasgo dos pobres".

Justificar "o ódio e a violência" em nome de Deus é "uma grave profanação", declarou ainda.

"Em nome de Deus Criador, é preciso condenar sem vacilação toda forma de violência, porque é uma grave profanação do nome de Deus usá-lo para justificar o ódio e a violência contra o irmão", disse Francisco, acrescentando: "Não há violência que possa ser religiosamente justificada".

O papa Francisco cumprimenta o imã egípcio Ahmed al-Tayeb em Abu Dhabi
O papa Francisco cumprimenta o imã egípcio Ahmed al-Tayeb em Abu Dhabi - Vincenzo Pinto/AFP

Em seu discurso, o papa também fez um apelo à "liberdade religiosa", ressaltando que ela "não se limita apenas à liberdade de culto" e que nenhuma prática religiosa deve ser "forçada" a outra pessoa.

"A liberdade religiosa (...) vê no outro um verdadeiro irmão, um filho da mesma Humanidade que Deus deixa livre e que por consequência nenhuma instituição humana pode forçar", declarou diante de centenas de líderes de várias religiões.

A viagem de três dias tem como principal objetivo melhorar a relação entre a Igreja Católica e os líderes muçulmanos. 

O pontífice desembarcou no domingo (3) no país e nesta terça (5), no último dia de viagem, irá celebrar uma missa para um público estimado de 120 mil pessoas em Abu Dhabi. O evento começará às 10h30 do horário local (4h30 de Brasília). 

Logo depois, ele embarcará de volta para Roma, onde deve chegar no fim da tarde. 

                

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