Onda de calor deixa dois mortos na Espanha e bate recorde na França

Termômetros ultrapassaram os 45°C pela primeira vez na história do país

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Paris | AFP

A onda de calor que atinge a Europa deixou ao menos duas pessoas mortas na Espanha e fez os termômetros ultrapassarem 45°C na França nesta sexta-feira (28), batendo um recorde histórico. 

As duas vítimas são um jovem de 17 anos e um idoso de 93, segundo informações das autoridades espanholas. As temperaturas no país superaram os 40°C . 

O adolescente trabalhava na área rural de Castro del Río, na Andaluzia, e morreu nesta madrugada. O governo regional disse que ele sentiu uma tontura na quinta (27) quando capinava grama e entrou na piscina da fazenda onde trabalhava.

Ao sair da piscina, ele teve convulsões e foi levado para um hospital na cidade de Córdoba, onde faleceu depois de passar por uma operação cardíaca.

Também na quinta o idoso de 93 anos caiu quando caminhava pelo centro de Valladolid. A polícia da região informou nesta sexta-feira em um comunicado que ele faleceu de "morte natural pela onda de calor".

Além das duas mortes, um incêndio florestal de 6.500 hectares (pouco mais do que a área administrada pela Prefeitura Regional do Butantã em São Paulo) atinge a região da Catalunha. Até o momento não há informações de vítimas. 

Na Itália, onde a temperatura também disparou esta semana, um sem-teto de 72 anos foi encontrado morto na quinta-feira perto de uma estação de trem de Milão, depois de ter sido vítima de insolação.

Já na França, a temperatura chegou a 45,1°C  em Villevielle, a maior já registrada na história do país. "[É] a primeira vez que o limite de 45°C é ultrapassado na França" informou o meteorologista Etienne Kapikian 

Mais cedo, os termômetros já tinham marcado 44,3°C na cidade de Carpentras, também ao sul. A informação é da agência meteorológica francesa Météo-France.  A entidade disse que a onda de calor na vai se estender "pelo menos até o começo da próxima semana".

Antes desta sexta, a temperatura mais alta já registrada no país tinha ocorrido em 12 de agosto de 2003, quando Saint-Christol-les-Alès e Conqueyrac, também ao sul, marcaram 44,1°C durante uma onda de calor que deixou 15 mil mortos ao redor do país.

Praia em La Grande Motte, Sul da França
Praia em La Grande Motte, Sul da França - Pascal Guyot/AFP

Outros municípios franceses também tiveram altas temperaturas nesta sexta. Montpellier registrou 39°C, e Marseille, 36°C .

Em todo o país, centenas de escolas foram fechadas e outras pediram aos pais que mantivessem as crianças em casa. Os exames do ensino médio foram adiados para a próxima semana.

Segundo o jornal The Guardian, cidades costeiras, como Marseille, abriram seus museus gratuitamente nesta sexta para permitir que pessoas se refugiem em lugares com ar-condicionado. Piscinas públicas também baixaram o preço das entradas.

Ainda foi registrado um recorde de consumo de energia elétrica para o verão, devido ao uso de ventiladores. 

A ministra da Saúde, Agnès Buzyn, pediu a “aqueles que negam calor extremo” para evitar comportamentos de risco. Ela pediu que as pessoas não se movimentassem entre o meio-dia e as 14h e que os pais não deixassem as crianças nos carros.

A Europa vive com temperaturas inéditas para um mês de junho, em função de uma massa de ar quente vinda do Saara. Com o aquecimento global, cientistas alertam que ondas de calor extremo podem ocorrer com uma frequência de duas a três vezes maior daqui até a metade do século.

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