Descrição de chapéu The New York Times

Supremo dos EUA limita acesso a informações comerciais solicitadas via lei

Tribunal federal havia decidido em favor de jornal que buscava documentos sobre fraudes em programa de vale-alimentação

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Washington | The New York Times

​Uma decisão da Suprema Corte dos EUA nesta segunda-feira (24) abriu caminho para que o governo deixe de fornecer mais facilmente informações comerciais solicitadas sob os termos da Lei de Liberdade de Informação (Freedom of Information Act, ou Foia, na sigla em inglês).

O caso surgiu devido a uma investigação realizada pelo jornal The Argus Leader, de Dakota do Sul, sobre fraudes no programa de vale-alimentação.

Citando uma parte da Foia que protege informações comerciais confidenciais, o governo se recusou a fornecer dados sobre a participação de supermercados no programa de vale-alimentação.

O juiz da Suprema Corte dos EUA Neil Gorsuch durante sessão do Senado que confirmou sua nomeação à corte
O juiz da Suprema Corte dos EUA Neil Gorsuch durante sessão do Senado que confirmou sua nomeação à corte - Tasos Katopodis - 20.mar.17/AFP

Um tribunal federal de recursos decidiu em favor do jornal, dizendo que os supermercados não demonstraram sofrer “prejuízo competitivo substancial” caso as informações fossem divulgadas.

Na Suprema Corte, porém, redigindo a decisão da maioria (seis votos contra três) no processo, o juiz Neil Gorsuch disse que os critérios seguidos pelo tribunal de recursos foram exigentes demais.

A única coisa que os supermercados precisavam demonstrar, escreveu ele, é que eles mantêm as informações confidenciais e que o governo prometera que faria o mesmo.

O juiz Stephen Breyer, que discordou parcialmente da decisão, admitiu que o tribunal de recursos aplicou critérios rígidos demais.

Mas disse que as partes que não querem que suas informações sejam divulgadas devem ter a obrigação de mostrar que sofrerão pelo menos algum prejuízo competitivo se isso for feito.

“A ideia toda da Foia”, escreveu, “é dar ao público acesso a informações que de outro modo ele não teria como obter.”

As juízas Ruth Bader Ginsberg e Sonia Sotomayor se somaram ao parecer discordante de Breyer.

“Para a maioria”, escreveu Breyer, “o fato de uma empresa considerar informações reservadas e oferecê-las com garantia de que continuarão reservadas é o bastante para privar o público de acesso a elas".

"Mas uma ferramenta usada para investigar a relação entre governo e empresas não deve ser inacessível sempre que o governo e as empresas quiserem que seja.”

Tradução de Clara Allain

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