Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Bolsonaro diz a Alcolumbre ter certeza de que Senado aprovará filho para embaixada

Em tom de brincadeira, presidente disse que, caso Eduardo fosse reprovado, indicaria-o ao Itamaraty

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Brasília

Na presença do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), o presidente Jair Bolsonaro deu como garantida nesta quinta-feira (18) a aprovação para que seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), assuma a vaga de embaixador nos EUA.

Bolsonaro usou o discurso em comemoração aos 200 dias de governo para defender a indicação do filho para a embaixada em Washington. No entanto, não citou a aprovação no Congresso de medidas econômicas para retomar o crescimento do país.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o presidente Jair Bolsonaro sorriem
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o presidente Jair Bolsonaro participam de solenidade que marca os 200 dias de governo, no Palácio do Planalto - Pedro Ladeira/Folhapress

Para ser embaixador, Eduardo precisa passar por uma sabatina na Comissão de Relações Exteriores do Senado e ter o apoio da maioria do colegiado, formado hoje por 17 integrantes. Caso não seja aprovado, o plenário poderá reavaliar a questão, caso o tema seja pautado por Alcolumbre. 

Em defesa do filho, o presidente afirmou que, se o nome de Eduardo não fosse aprovado, poderia inclusive indicar o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, para a embaixada nos EUA e colocar Eduardo no ministério.

“Vamos supor, num caso hipotético, Davi. Eu não acredito nisso, até porque a sabatina vai ser feita com rigor, eu tenho certeza disso, e ele [Eduardo] vai ser aprovado. Mas eu poderia chamar o Ernesto: ‘Ernesto, vem cá. Muito obrigado! Vou te indicar para ser embaixador dos Estados Unidos, e meu filho vai ser ministro de Relações Exteriores'”, disse o presidente.

No final da cerimônia, Alcolumbre disse que Bolsonaro foi eleito e tem legitimidade de fazer as indicações, mas evitou prever resultado.

“Não entendi que ele [Bolsonaro] fez um apelo público. Vou aguardar a mensagem [de indicação do filho do presidente] porque todos nós, o Parlamento e a imprensa, estamos falando de uma especulação de uma mensagem. Quando a mensagem chegar, ela se concretizará e será deliberada pelo Parlamento”, afirmou o senador.

Ao ser questionado sobre o que faltava para a formalização da indicação, o ministro Onyx Lorenzoni, em entrevista após a solenidade, afirmou que falta a ordem do presidente para que a Casa Civil inicie os ritos.

“Se o presidente nos der esse comando, não tenho nenhuma dúvida de que vocês serão convidados a cobrir a posse do embaixador em Washington”, afirmou Onyx, que qualificou ainda a escolha de Eduardo como “gol de placa” e disse que a próxima manifestação levaria a população às ruas para defender o nome de Eduardo como embaixador.

Para o ministro, o deputado federal conseguirá aproximar os Estados Unidos do Brasil por ter relação pessoal com a família do presidente americano, Donald Trump. “O dia em que alguém quiser invadir a Amazônia vai saber que nós temos parceiros que vão nos ajudar a que a Amazônia seja sempre nossa.”

Ainda no evento, promovido no Palácio do Planalto, Davi foi colocado na tribuna de honra e chamado de colega e amigo por Bolsonaro. Ele agradeceu o apoio do senador em projetos governistas e fez uma piada com a cor da gravata do parlamentar, que era rosa.

"Quero agradecer ao meu colega de três legislaturas na Câmara dos Deputados", disse o presidente. "Obrigado, Davi. Apesar da gravata cor-de-rosa, ele é meu amigo", acrescentou.

Presidente Jair Bolsonaro faz brincadeira com a cor da gravata do presidente do Senado, Davi Alcolumbre
Presidente Jair Bolsonaro faz brincadeira com a cor da gravata do presidente do Senado, Davi Alcolumbre - Pedro Ladeira/Folhapress

Em resposta, Alcolumbre fez uma série de afagos a Bolsonaro, ressaltando que não existe vaidade entre Executivo e Legislativo e que o Congresso esteve e estará à disposição do presidente.

"Eu quero cumprimentar vossa excelência. Não tenho dúvida de que Vossa Excelência busca mais acertar do que errar", afirmou. "Todos podem elogiar ou criticar, mas só nós, sob a liderança de Vossa Excelência, temos a possibilidade de mudar a realidade."

Na solenidade, Bolsonaro voltou a indicar que concorrerá à reeleição. Ele disse que pretende entregar em 2023 ou em 2027 um Brasil melhor para quem sucedê-lo.

O presidente afirmou que, apesar de propor uma nova política, nunca "deu as costas ao Parlamento" e lembrou que indicou cinco deputados federais para cargos de ministros.

Bolsonaro disse ainda que não admite que nenhum dos seus auxiliares adotem posições públicas contrárias ao que ele defende e acredita. Segundo o presidente, caso o assessor pense diferente, é melhor não se manifestar.

"Não justifica nenhum ministro, pode ser contra, mas a minha linha é essa e ele que não se manifeste. Não posso ter um ministro falando contra a questão do armamento se a minha linha não é essa", disse.

Na cerimônia, o presidente assinou nove medidas, incluindo decretos, projetos e regulamentações, para desburocratizar a máquina pública e incentivar a atividade econômica.

Eles incluem a revogação de decretos administrativos que hoje não têm mais efeito prático, a criação de um selo único que permitirá a venda de produtos artesanais com origem animal em todo o país e a exigência da lei da Ficha Limpa para nomeações de cargos comissionados.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.