Descrição de chapéu Venezuela

Conversas entre governo e oposição da Venezuela em Barbados terminam sem acordo

País busca saída diplomática para crise que levou à saída de 4 milhões de venezuelanos

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Caracas e Washington | Reuters e AFP

As conversas entre o governo da Venezuela e a oposição sobre como lidar com a crise política do país terminaram na quarta-feira (10) sem o anúncio de um acordo.

"Esta rodada de conversas para o diálogo e a paz em Barbados foi concluída", escreveu na noite de quarta-feira, no Twitter, o ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez, que comandou a delegação do regime de Nicolás Maduro, descrevendo os encontros como "um intercâmbio bem-sucedido promovido pelo governo da Noruega".

O ditador Nicolás Maduro, durante posse de comandantes militares no forte Tiuna, em Caracas - Presidência da Venezuela - 10.jul.2019/Xinhua

Representantes do regime venezuelano se encontraram nesta semana em Barbados, como parte das conversas cuja meta é destravar um impasse político resultante da contestada reeleição de Maduro em 2018.

Um representante da oposição venezuelana que pediu para não ser identificado disse à agência Reuters que os dois lados podem se reencontrar em Barbados na segunda-feira (15).

A assessoria de imprensa do líder opositor, Juan Guaidó, reconhecido por mais de 50 países como o governante legítimo da Venezuela, disse que a oposição emitiria um comunicado sobre as negociações.

O Ministério das Relações Exteriores da Noruega, que mediou conversas anteriores, não quis comentar o progresso das conversas.

Nos últimos dias, circularam rumores de que a oposição estava pleiteando uma eleição presidencial dentro de nove meses, sem Maduro no poder durante a votação.

O vice-presidente do Partido Socialista, Diosdado Cabello, figura influente no governo Maduro, refutou na noite de quarta-feira a ideia de que uma eleição presidencial esteja sendo preparada.

"Aqui não há eleições presidenciais, aqui o presidente se chama Nicolás Maduro", afirmou Cabello durante uma transmissão televisiva.

A Venezuela está sofrendo um colapso econômico com hiperinflação, que resultou em desnutrição e doenças e desencadeou um êxodo de mais de 4 milhões de venezuelanos.

Em janeiro, Guaidó invocou a Constituição para classificar a reeleição de Maduro como uma fraude e se declarar presidente interino. Ele obteve forte apoio internacional, mas em quase seis meses não conseguiu assumir o comando da Venezuela.

As Forças Armadas e outros setores do governo seguem leais a Maduro. 

 

Nesta quinta-feira, os Estados Unidos anunciaram a aplicação de sanções à Direção Geral de Contra-Inteligência Militar (DGCIM) da Venezuela após a morte do militar Rafael Acosta, preso sob acusação de conspirar contra Maduro. Há suspeitas de que Acosta morreu após ser torturado. 

"A prisão por razões políticas e a morte trágica do capitão Rafael Acosta foi injustificada e inaceitável", disse o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, anunciando a medida. 

As sanções implicam o bloqueio de todos os ativos que a DGCIM tem direta ou indiretamente sob a jurisdição dos Estados Unidos, bem como a proibição de qualquer transação legal envolvendo indivíduos e entidades americanas.

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