EUA impõem sanções contra chanceler do Irã

Mohamad Javad Zarif afirma que penalidades não o afetam

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Washington | AFP e Reuters

O Departamento de Tesouro dos EUA anunciou nesta quarta-feira (31) a aplicação de sanções contra o chanceler do Irã, Mohamad Javad Zarif, em um momento de agudização das tensões entre os dois países.

Zarif foi uma figura central na negociação do acordo nuclear iraniano de 2015, sob o governo Barack Obama. O presidente Donald Turmp abandonou o acordo no ano passado.

As tensões entre Washington e Teerã têm aumentado nos últimos meses depois de ataques contra petroleiros no golfo Pérsico e a derrubada de um drone americano na região. 

"Javad Zarif implementa a temerária agenda do líder supremo do Irã [aiatolá Ali Khamenei] e é o principal porta-voz do regime no mundo", afirmou nota do secretário do Tesouro, Steven T. Mnuchin.

O chanceler do Irã, Mohammad Javad Zarif, em Teerã - Atta Kenare - 27.jul.19/AFP

As sanções incluem o congelamento de todos os ativos que o ministro possa ter nos EUA e a proibição de negócios com ele.

"Os EUA estão mandando uma mensagem clara ao regime iraniano de que seu comportamento recente é completamente inaceitável", afirmou ainda na nota.

Segundo Mnuchin, Zarif usa as redes sociais para difundir "as propagandas e as desinformações" do regime, que não permite, por outro lado, que os cidadãos iranianos utilizem esses meios livremente.

Em uma rede social, Zarif afirmou que os EUA o penalizaram porque representa uma ameaça à agenda americana. 

"A razão dos EUA para me penalizar é que eu sou o 'principal porta-voz do Irã no mundo'", afirmou Zarif. "A verdade é assim tão dolorosa? Elas [as sanções] não têm nenhum efeito sobre mim ou sobre minha família, já que não tenho propriedades ou interesses fora do Irã."

"Obrigado por me considerar tamanha ameaça à sua agenda", acrescentou o chanceler. 

Em 24 de junho, o Tesouro americano já havia imposto sanções contra o aiatolá Khamenei como parte da estratégia impulsionada por Washington para pressionar o Irã por seu programa nuclear

Washington afirmou ainda que vai decidir se dará vistos a Zarif com base na análise de cada caso.

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