Um promotor federal dos Estados Unidos acusou na quarta-feira (6) o aliado de Donald Trump, Roger Stone de mentir várias vezes a uma comissão do Congresso sobre suas tentativas de entrar em contato com o WikiLeaks durante a eleição presidencial de 2016.
Em seu pronunciamento inicial no julgamento de Stone no tribunal federal em Washington, o promotor Aaron Zelinsky prometeu aos jurados que um vasto conjunto de evidências documentais, reforçadas por depoimentos de testemunhas, incluindo o ex-estrategista da Casa Branca Steve Bannon, provariam a culpa de Stone.
Em um esboço dos argumentos da acusação, o promotor pintou um retrato de Stone como um "trapaceiro sujo" que tentou ajudar a campanha de Trump por meio de acordos furtivos e subterfúgios, e depois ocultando seu trabalho.
O processo é um dos poucos casos ainda pendentes que se originaram na investigação do procurador especial Robert Mueller.
A promotoria afirmou que Stone ameaçou repetidamente uma testemunha que lutava contra o alcoolismo na tentativa de encobrir seus esforços para determinar se o WikiLeaks possuía informações que prejudicariam a adversária eleitoral de Trump, Hillary Clinton.
Stone também teria ocultado centenas de mensagens de texto e emails que teriam exposto suas investidas para contatar o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, e transmitir informações a altos assessores de Trump.
Em agosto de 2016, Stone escreveu a Paul Manafort, então presidente da campanha do republicano, que ele tinha uma ideia para salvar Trump, mas que ela "não é bonita".
Zelinsky também disse que, no verão de 2016, enquanto Stone tentava contatar o WikiLeaks, ele conversou duas vezes ao telefone com Trump, embora tenha dito que não se sabe quais assuntos foram tratados.
Stone, um ex-assessor da campanha de Trump e amigo do presidente há 40 anos, é acusado de sete crimes, incluindo obstrução de Justiça, declarações falsas e manipulação de uma testemunha.
O caso gira principalmente em torno de seu depoimento à Comissão de Inteligência da Câmara em setembro de 2017, quando o órgão investigava a interferência russa nas eleições de 2016.
A mesma Comissão hoje conduz o inquérito de impeachment sobre se Trump pressionou o presidente da Ucrânia neste ano para iniciar investigações que poderiam ajudá-lo politicamente nas eleições de 2020.
Os congressistas se concentravam no envolvimento do WikiLeaks porque o site era o repositório de milhares de emails e outros documentos que agentes russos roubaram das redes de computadores democrata para aumentar as chances de vitória de Trump.
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