Esfaqueamento em Londres deixa ao menos dois mortos em ato terrorista

Três pessoas ficaram feridas; suspeito foi morto no local por policiais

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Londres | Reuters e AFP

Duas pessoas morreram esfaqueadas e pelo menos três ficaram feridas em um ataque terrorista nesta sexta-feira (29) perto da London Bridge, uma das principais pontes no centro da capital inglesa. Sabe-se que as vítimas são um homem e uma mulher, mas não há informações sobre o estado de saúde dos feridos.

De acordo com Neil Basu, chefe da polícia antiterrorismo britânica, o responsável pela ação foi Usman Khan, 28, que carregava junto ao corpo um explosivo falso. Ele foi contido por pessoas que passavam pelo local e em seguida morto pelos policiais. 

Khan tinha sido condenado em 2012 e cumprido pena por atos de terrorismo. Ele havia sido liberado em dezembro do ano passado, com a condição de que usasse uma tornozeleira eletrônica.

O primeiro-ministro Boris Johnson disse que é importante "fazer cumprir as penas apropriadas aos criminosos perigosos, especialmente terroristas". "É um erro permitir que criminosos violentos saiam da prisão antes."  

Boris confirmou que o incidente está sendo tratado como um ato terrorista e pediu a todos para "se manterem vigilantes". "Qualquer um envolvido com isso vai ser caçado e levado à Justiça. Nossos valores britânicos prevalecerão." 

A comissária-chefe da polícia, Cressida Disick, afirmou que a corporação está trabalhando intensamente para descobrir os motivos por trás do ataque e se há outras pessoas envolvidas. Ela disse ainda que mais policiais, tanto armados quanto desarmados, patrulharão as ruas da capital. 

 

As forças de segurança londrinas foram acionadas às 13h58 (10h58, em Brasília). Logo após o incidente, vídeos e fotos do ataque foram rapidamente compartilhados em redes sociais.

Um dos registros, publicado no Twitter, mostra um grupo de homens lutando com alguém no chão, em uma das laterais da London Bridge. Um deles se distancia da cena carregando uma faca.

Um policial armado então afasta uma das pessoas para longe do homem e, logo em seguida, dois tiros são ouvidos. A pessoa deitada para de se mover. 

Outro registro publicado na mesma rede social, filmado de um ponto alto do lado oposto da rua, mostra o que parecem ser três policiais se afastando de um homem deitado na calçada.

Dois dos policiais apontam rifles para o homem, que pode ser visto se movendo levemente.

O prefeito de Londres destacou o "heroísmo de tirar o fôlego" dos londrinos que tentaram desarmar o homem sem saber que o explosivo que ele carregava era falso. "Eles são os melhores." 

​Testemunhas disseram à imprensa britânica que a polícia chegou rapidamente ao local. Prédios ao redor foram evacuados pelos serviços de segurança, e a ponte, fechada.

O líder trabalhista, Jeremy Corbyn, principal opositor do primeiro-ministro na eleição do dia 12 de dezembro, classificou o incidente como "chocante" e agradeceu aos serviços de emergência pelo atendimento prestado.

Todas as ações de campanha foram temporariamente suspensas. 

A London Bridge foi palco de um ataque em junho de 2017, quando três militantes jogaram uma caminhonete sobre pedestres e, na sequência, atacaram com facas transeuntes no Borough Market, matando oito pessoas e ferindo outras 50.

O ataque foi reivindicado pelo grupo terrorista Estado Islâmico. Meses antes, em março de 2017, um homem jogou um veículo contra a multidão na ponte de Westminster antes de esfaquear um policial em frente ao Parlamento, matando cinco pessoas. 

Dois meses depois, 22 pessoas —incluindo crianças— foram mortas em um ataque no final de um show da cantora Ariana Grande em Manchester

No início deste mês, a Grã-Bretanha reduziu seu nível de ameaça nacional de terrorismo de "grave" para "substancial" —o índice mais baixo desde 2014.


Outros ataques no Reino Unido

Três ataques seguidos - abril de 1999

Um homem de 22 anos realizou três ataques com bombas de pregos. O primeiro, em Brixton no dia 17, visava a comunidade negra. Uma semana depois, ele realizou uma segunda explosão, na Brick Lane, desta vez tendo como alvos imigrantes de Bangladesh. Nas duas ocasiões, 62 pessoas ficaram feridas.

Seu terceiro ataque, no dia 30, causou três mortes e deixou 77 feridos em um bar LGBT, em Soho. Ligado a grupos neonazistas, ele foi condenado à prisão perpétua.

Metrô de Londres - julho de 2005

Num dos maiores ataques terroristas no Reino Unido, três homens explodiram bombas em mochilas, às 8h50. Quase uma hora depois, houve uma quarta explosão, em um ônibus de dois andares. Centenas ficaram feridos e 52 morreram como resultado dos ataques. 

Atropelamento na ponte de Westminster -  março de 2017

Em um ataque reivindicado pelo Estado Islâmico, cinco pessoas morreram e 29 ficaram feridas após serem atropeladas por um carro. Antes de ser morto, o autor do ataque matou um policial a facadas.

Explosão em show - maio de 2017

Logo após a cantora Ariana Grande deixar o palco, um ataque de um homem-bomba deixou 22 mortos e 59 feridos no Manchester Arena. O Estado Islâmico reivindicou a autoria.


Outros ataques terroristas neste ano

Quênia - janeiro
Ataque a complexo hoteleiro em Nairóbi deixou um morto e oito feridos. Foi reivindicado por militantes islâmicos somalis.

Nova Zelândia - março
Atirador invadiu duas mesquitas e abriu fogo contra fiéis. A ação foi transmitida ao vivo na internet pelo autor, que divulgou um manifesto no qual defende a supremacia dos europeus. 

Somália - março
Um hotel na capital do país foi atacado pelo grupo terrorista islâmico Al Shabaab. Explosões mataram 30 pessoas. Em seguida, houve confronto entre militantes e agentes de segurança. 

Holanda - março
Um turco disparou contra passageiros em um bonde na cidade de Utrecht; e matou três pessoas

Sri Lanka - abril
Atiradores invadiram igrejas na Páscoa e mataram mais de 250 pessoas. Ato foi reivindicado pelo Estado Islâmico.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.