Em ato de despedida, Macri chora e é carregado por apoiadores

Presidente argentino cederá lugar ao kirchnerista Alberto Fernández na terça (10)

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Buenos Aires

Às 18h45 deste sábado (7), o presidente Mauricio Macri apareceu no balcão da Casa Rosada, sede do governo argentino, para o ato de despedida em sua homenagem.

Estava ao lado da mulher, Juliana Awada, e do seu candidato a vice-presidente nas últimas eleições, Miguel Ángel Pichetto.

Uma grande bandeira havia sido colocada na fachada do prédio. Entoou-se o hino nacional, com a praça lotada de apoiadores, também eles com várias bandeiras. Algumas pessoas choraram ao cantar o hino e depois gritaram: "Viva, Mauricio", "te esperaremos".

​Macri, de jeans e camisa azul, estava muito sorridente em um de seus dias derradeiros como chefe de Estado da Argentina. Aproximou-se das pessoas que estavam na primeira fila da multidão, apertou mãos, tirou selfies e ouviu vários gritos de "volte, por favor", e "vamos esperá-lo".

O presidente, que será substituído pelo kirchnerista Alberto Fernández a partir de terça (10), agradeceu a presença de todos.

"Vejo vocês, os escuto, e sei que somos feitos de puro coração e pura força. Estes são momentos de emoções distintas, tristeza por não poder seguir trabalhando, mas mais tristeza porque sei que muitos de vocês estão angustiados com o que vem por aí."

Pessoas no público gritaram "sim". E Macri disse: "Não fiquem tristes, porque estaremos juntos. Agora sei que há muitos que querem defender a Argentina que nós sonhamos. Vamos tomar essa como uma etapa de aprendizado". Seus olhos estavam vermelhos, e ele chorou em vários momentos do discurso.

Acrescentou que "esses anos foram mais difíceis do que havia imaginado" e mandou recado ao presidente eleito: "Ele pode confiar que, depois de muito tempo, vai encontrar uma oposição construtiva e não destrutiva".

Macri terminou afirmando que continuará na política. Foi muito aplaudido e saiu da praça carregado por apoiadores. Havia cartazes que diziam: "Obrigado, Macri, por nos dar liberdade".

"Ele veio limpo e se vai limpo, não roubou e fortaleceu as instituições. Cometeu erros, mas isso é normal. Viemos dizer para ele que queremos que continue", disse Óscar, 72, presente no ato.

Enquanto esperavam o presidente, os apoiadores ouviram jingles de campanha vindos de alto-falantes. 

"Nós não estivemos muito bem nestes anos, mas ele nos ajudou, somos um país melhor. Sempre sonhei com um país sério, e achei que estávamos nesse caminho. Uma pena que nos roubaram o sonho desta vez. Mas hoje é dia de celebrá-lo", disse María Luz, 64.

As grades que separam a Casa Rosada da praça haviam sido retiradas para que as pessoas pudessem chegar mais perto do palco onde Macri falaria.

"Queremos que o próximo governo dê certo, tenho dúvidas, eu só vim dizer obrigado e que para mim é uma pena que tenha que ir embora", disse Manuela, 32.

Depois da fala do presidente, parte do público deixou a praça abraçado, alguns chorando. Havia famílias e crianças.

"Vim porque era necessário mostrar para o governo que está entrando que estaremos vigilantes e que queremos que Macri continue nos liderando, agora na oposição. Não queremos colocar pedras no caminho do governo que começa, mas nosso líder ainda é Macri, e pedimos que ele vigie Alberto Fernández e o denuncie. E que volte daqui a quatro anos", disse Ariel, 27.

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