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Assim como Edward 8º, Harry mostra falta de disposição para obrigações da monarquia

Tio-bisavô do príncipe abdicou do trono em 1936 para se casar com americana divorciada

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São Paulo

Um membro da família real britânica deixa suas obrigações monárquicas para poder viver em tranquilidade com o amor de sua vida, uma americana divorciada.

Estamos falando do príncipe Harry? Ou do seu tio-bisavô, o rei Edward 8º, que abdicou do trono para se casar com Wallis Simpson?

É evidente que as situações dos dois são diferentes. Para começar, Harry está cada vez mais longe de ser rei. Se antes ele era o terceiro na linha sucessória, depois do pai Charles e do irmão William, agora ele é o sexto: passaram na sua frente os três sobrinhos.

Meghan e o príncipe Harry visitam a Casa do Canadá, em Londres
Meghan e o príncipe Harry visitam a Casa do Canadá, em Londres - Daniel Leal-Olivas - 7.jan.20/Reuters

A abdicação de Edward 8º foi um escândalo de proporções gigantescas à época (em 1936); a vontade do duque e da duquesa de Sussex de se afastar de parte das obrigações de “membros sêniores” da família real não tem nem de longe as mesmas consequências.

Mas a decisão de Harry e de Meghan Markle tem algum paralelo com a de Edward: indica uma falta de disposição para aguentar a avalanche de obrigações e tradições reais que vêm junto com o fato de se ter nascido na casa Windsor.

Aponta também para um desejo de Harry, assim como era o de Edward, de colocar a felicidade e a serenidade de sua companheira acima das atribuições da monarquia.

Meghan, em especial, já se queixou da pressão da mídia e dos tabloides e de seus efeitos em sua saúde mental; o casal processou algumas dessas publicações no ano passado.

No caso de Harry e Meghan, essas obrigações consistem em aparecer em centenas de inaugurações, coquetéis e reuniões de conselhos de entidades de caridade por ano, além de fazer viagens de função basicamente diplomática a países da Commonwealth (Comunidade Britânica, que reúne 53 países).

Pode ser que eles vislumbrem uma vida um pouco mais normal, com períodos longe desse turbilhão e mais tempo para se dedicarem a causas em que acreditam.

Passar parte do ano no continente americano (não se sabe onde; especula-se que no Canadá, onde Meghan já morou por anos, ou na Califórnia, onde ela nasceu) também pode permitir que ela volte a trabalhar —algo que seria inédito na família real britânica, mas que pode acontecer dado que o casal falou em ser financeiramente independente.

Como atriz de séries de TV e filmes, Meghan tem uma carreira potencial mais clara que a de Harry, treinado como militar (além de príncipe, claro).

Ainda há muitos detalhes a serem esclarecidos sobre como será a vida de Harry, Meghan e do pequeno Archie daqui para a frente. Faltou, inclusive, combinar com a rainha, como deu a entender nota publicada pelo Palácio de Buckingham.

Mas o duque e a duquesa de Sussex continuam sinalizando que não se deixarão levar para uma vida que não é a que eles querem só para seguirem sendo Suas Altezas Reais.

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