Sauditas retiram militares dos EUA após ato na Flórida ser considerado terrorista

Cadete que matou 3 em base naval em dezembro tinha motivações extremistas, diz governo americano

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Washington | Reuters e AFP

Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira (13) que a Arábia Saudita receberá de volta 21 cadetes do reino que faziam treinamento na Flórida, devido a um ataque efetuado por um membro do grupo que foi confirmado agora como atentado terrorista. 

No dia 6 de dezembro, o militar saudita Mohammed al-Shamrani, 21, matou três pessoas e feriu outras oito na base naval e aérea de Pensacola, no norte da Flórida, e foi morto em seguida. O procurador-geral dos Estados Unidos, William Barr, confirmou nesta segunda-feira que se tratou de um ato terrorista e que o autor do crime foi "motivado por ideias extremistas". 

Veículo da Cruz Vermelha na entrada da base de Pensacola, na Flórida, no dia do ato terrorista
Veículo da Cruz Vermelha na entrada da base de Pensacola, na Flórida, no dia do ato terrorista - FBI-6.dez.19/AFP

Segundo o procurador-geral, não há evidências de que ele tenha recebido ajuda dos outros cadetes ou de que algum deles tivesse conhecimento prévio do ataque, e nenhum deles está respondendo a processos na Justiça. 

Mas Barr afirma que, dos 21 expulsos, "17 tinham conteúdo anti-americano e extremista nas redes sociais" e "'15 indivíduos, incluindo os 17 mencionados, também tinham tido contato com pornografia infantil".

O ataque complicou as relações entre Washington e Riad em um momento de tensão com o Irã, rival regional da Arábia Saudita. 

Barr afirmou que é Arábia Saudita que os militares estão sendo retirados pela Arábia Saudita, e não expulsos formalmente pelos EUA, e acrescentou que autoridades sauditas disseram que consideram abrir um processo criminal contra eles. 

O procurador-geral afirmou que os cadetes vão receber baixa do seu plano de estudos na academia militar americana e voltarão à Arábia Saudita ainda nesta segunda-feira. 

Segundo as autoridades, em 11 de setembro de 2019, completados 18 anos dos atentados terroristas nos Estados Unidos, al-Shamrani publicou uma mensagem nas redes sociais na qual dizia "a contagem regressiva começou". 

Além disso, o extremista teria publicado nas redes sociais outras mensagens depreciativas sobre os EUA e os israelenses. 

A base de Pensacola, perto da fronteira da Flórida com o Alabama, é um importante local de treinamento para a Marinha e sede de seu esquadrão de voo acrobático, o Blue Angels (anjos azuis). A base emprega mais de 16 mil militares e 7.400 funcionários civis, de acordo com seu site.

Após o atentado, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que o rei Salman Bin Abdulaziz Al-Saud, da Arábia Saudita, havia lhe telefonado para oferecer condolências às vítimas.

"O rei disse que o povo saudita está muito irritado com as ações bárbaras do atirador, e que essa pessoa de forma nenhuma representa os sentimentos do povo saudita, que ama o povo americano", escreveu o republicano em uma rede social.

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