Parlamento da Turquia autoriza envio de tropas para a Líbia e cresce temor de novo conflito

Erdogan indicou que inicialmente não pretende enviar combatentes para o país africano, apenas conselheiros

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Ancara e Istambul | Reuters e AFP

O Parlamento da Turquia autorizou nesta quinta-feira (2) o envio de tropas para a Líbia, que passa por uma guerra civil, em uma manobra que fez aumentar os temores de um novo conflito de grandes proporções na região.  

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, tinha pedido à Casa na semana passada que permitisse a ação, mas deixou claro que inicialmente não pretende enviar combatentes. 

 

Em vez disso, Ancara deverá mandar militares para assessorar e treinar as tropas do GNA (Governo de União Nacional) da Líbia, comandado por Fayez al-Serraj. 

O grupo —que é apoiado por Turquia e Qatar, entre outros— controla a capital, Trípoli, e é reconhecido pelas Nações Unidas e pela maior parte da comunidade internacional como o governo legítimo do país. 

O GNA, porém, controla apenas uma pequena parte do território líbio. A maior parte do país atualmente está nas mãos do marechal Khalifa Haftar e de seu LNA (Exécito Nacional Líbio), que é apoiado por Arábia Saudita, Egito e Emirados Árabes Unidos. O grupo tem um governo paralelo com sede em Tobruk, no nordeste do país.  

Haftar tenta há meses avançar em direção à capital para unificar o controle, mas as tropas leais ao GNA e milícias locais tem conseguido conter a ação

Por isso, Serraj assinou em novembro um acordo de cooperação militar com Erdogan e em dezembro pediu ajuda ao presidente turco

Com isso, o Parlamento turco adiantou em uma semana a decisão sobre o envio das tropas, que iria acontecer só na próxima semana.

A proposta, que autoriza o Exército a intervir por um ano na Líbia, foi aprovada com 325 votos a favor e 184 contra —Erdogan tem ampla maioria na Casa.

Na quarta (1º), o vice-presidente turco, Fuat Oktay, disse que embora o exército estivesse pronto para agir, esperava que a autorização para o envio das tropas servisse para dissuadir Haftar de atacar Trípoli.

Ancara atualmente já está envolvida em outra guerra na região —a da Síria— mas o desafio de intervir na Líbia é considerado maior porque o país não faz fronteira com a Turquia. 

Além disso, um possível envio de tropas para auxiliar o GNA provavelmente colocaria Erdogan em rota de colisão com o presidente russo, Vladimir Putin, que apoia o marechal Haftar. 

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