Descrição de chapéu The Washington Post

Pentágono admite que 34 soldados sofreram lesões cerebrais após ataque do Irã

Em pronunciamento oficial, Trump havia negado a existência de americanos feridos

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Washington | The Washington Post

O Pentágono informou nesta quinta (23) que 34 soldados foram diagnosticados com graus variados de lesão cerebral após o ataque de mísseis balísticos iranianos a bases no Iraque, no dia 8 de janeiro.

Com isso, aumenta o número de militares atingidos pelas explosões, contradizendo pela segunda vez a declaração do presidente Donald Trump de que não havia feridos na manhã seguinte à ofensiva.

O lançamento dos mísseis foi uma resposta ao assassinato, em Bagdá, do major-general Qassim Suleimani, considerado até então o número 2 do regime iraniano, pelos EUA.

Autoridades da Defesa justificaram a fala inicial de Trump afirmando que informações sobre feridos só foram repassadas a Washington posteriormente, uma vez que não houve baixas e nenhum soldado perdeu membros ou a visão.

Trump já tinha sido desmentido na semana passada pelo exército americano, que relatou a existência de 11 soldados com sintomas de concussão após o ataque à base aérea de Ain al-Assad, no oeste do país, uma das duas atingidas pelos mísseis.

Ruínas da base aérea militar de Ain al-Asad
Ruínas da base aérea militar de Ain al-Asad, na província iraquiana de Anbar, depois do ataque de mísseis iranianos em janeiro - Ayman Henna - 8.jan.20/AFP

O principal porta-voz do Pentágono, Jonathan Hoffman, disse a repórteres em entrevista coletiva que os militares foram diagnosticados com "concussões e LCT", uma abreviação para "lesão cerebral traumática".

Oito militares foram retirados do Iraque para serem atendidos no Centro Médico Regional Landstuhl, na Alemanha, e retornaram aos Estados Unidos na quinta (23) para receber tratamento médico adicional, enquanto outros nove militares continuam na Alemanha, de acordo com o porta-voz.

Os 17 restantes, diagnosticados com concussões, voltaram a suas respectivas bases.

Todos os que ainda estão recebendo atendimento o fazem como pacientes ambulatoriais e alguns dos que recebem tratamento nos Estados Unidos serão atendidos no Centro Médico Militar Nacional Walter Reed, nos arredores de Washington, enquanto outros retornarão a suas casas.

Os cuidados foram necessários depois que 11 mísseis balísticos deixaram destroços e crateras profundas na base aérea de Ain al-Asad, onde estavam mais de mil militares americanos junto com forças iraquianas. Outro míssil caiu nos arredores de Irbil, mas não causou o mesmo nível de destruição.

Em 13 de janeiro, oficiais militares dos EUA disseram a repórteres em visita a al-Asad que "dezenas" de membros do serviço militar estavam sofrendo sintomas de concussão.

Mas as autoridades da Defesa foram vagas ao fornecer atualizações, recusando-se a responder se alguém precisou voltar aos EUA para tratamento adicional ou se alguém havia retornado à ativa até esta quinta (23).

As Forças Armadas haviam afirmado não ter as informações até o dia anterior, apesar de o pedido dos dados ter ocorrido vários dias antes.

 

Tradução de Luiz Roberto Mendes Gonçalves

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