O presidente Jair Bolsonaro postou, por volta das 21h de sábado (7), em sua página no Facebook, uma imagem reproduzindo o título da reportagem na qual a Folha noticiou ter sido excluída da cobertura de seu jantar com o presidente americano, Donald Trump.
Ao fazê-lo, Bolsonaro não agregou comentários ou negou o teor do texto publicado no jornal.
Até a postagem, o Planalto não havia se manifestado de maneira conclusiva a respeito dos motivos para a exclusão.
Dos veículos brasileiros que possuem correspondentes nos EUA, somente a Folha ficou de fora do grupo.
A Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência da República) inicialmente havia afirmado que o critério utilizado para a formação da lista dos profissionais que iriam a Mar-a-Lago era o veículo fazer a cobertura diária do Planalto. A Folha tem dois ou mais repórteres responsáveis pela cobertura do Planalto todos os dias.
Antes ainda, outras explicações haviam sido dadas à reportagem da Folha: segundo uma integrante da Secom, o governo americano havia pedido a lista de profissionais muito em cima da hora e o Planalto enviara os dados que chegaram primeiro.
Na sexta-feira (6), os jornalistas que iriam participar do grupo designado a cobrir o jantar receberam ligações de integrantes do Itamaraty, que requisitavam informações como data de nascimento e país de residência de cada profissional.
Os jornalistas passavam os dados pedidos individualmente, à medida em que eram requisitados por telefone, e a Folha não foi contatada em nenhum momento.
O governo brasileiro foi informado oficialmente há dias de que a Folha estaria na Flórida para fazer a cobertura.
Durante briefing à imprensa brasileira, na manhã deste sábado (7), o Itamaraty disse que o Planalto havia feito a seleção dos veículos e que não tinha autorização para divulgá-los.
A integrante da Secom afirmou ainda que a Folha deveria estar no grupo e que tentaria reverter a situação —o que não aconteceu.
A correspondente da BBC Brasil em Washington também não havia sido contatada pelo Itamaraty, porém, neste caso, foi incluída na lista após solicitar a participação no grupo.
O jornal divulgou a seguinte nota: "A Presidência mais uma vez discrimina a Folha, o que já se tornou um método de perseguição. O jornal continuará cobrindo esta administração de acordo com os padrões do jornalismo crítico e apartidário que o caracteriza e que praticou em relação a todos os governos."
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