Em encontro virtual, Mathias Alencastro discute política internacional com leitores

Cientista político conversou com oito pessoas e quis saber a visão delas sobre diversos temas

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São Paulo

“E aí, o que é que você manda? Quais são suas preocupações globais?”

A pergunta, formulada pelo cientista político Mathias Alencastro, deu início a um dos bate-papos organizados pela Folha entre o colunista do jornal e seus leitores, nos quais eles puderam interagir diretamente com ele e questioná-lo sobre temas internacionais.

Foi Alencastro quem sugeriu as conversas, aproveitando que a quarentena popularizou a prática das chamadas por videoconferência.

“O colunista deve transformar ideias complexas em inteligíveis para o público e para isso tem que conversar com as pessoas. Neste momento de quarentena a gente não vai mais à padaria para ouvir o cara reclamar, não fala tanto com o vizinho, com familiares e amigos”, conta ele. “Queria saber como o leitor está vendo minhas colunas para afinar o texto e sempre achei a caixa de comentários insuficiente para isso.”

Os leitores foram convidados a participar por uma reportagem publicada no dia 27 de maio. Oito inscritos foram selecionados para as conversas, que eram individuais e com duração prevista de cinco minutos cada uma —tempo que acabou se estendendo, em muitos casos.

“Eu sempre me perguntei por que um negócio desses nunca foi feito. Sempre chamam especialistas para conversar com especialistas”, comentou o leitor Luiz Fernando Ferreira, de Campinas, no encontro virtual.

Luiz Fernando Ferreira, de Campinas, conversa com o colunista Mathias Alencastro
O leitor Luiz Fernando Ferreira, de Campinas, conversa com o colunista Mathias Alencastro - TV Folha/Reprodução

Alguns temas levantados foram as transformações do mundo após a pandemia, a imagem do Brasil no cenário internacional, o protagonismo do Ministério das Relações Exteriores no governo atual e o futuro da União Europeia, além de comparações entre a participação de militares na política nos EUA e no Brasil.

A informalidade da interação também permitiu assuntos mais amenos, como futebol.

“As pessoas estão muito preocupadas com a imagem do Brasil lá fora, com pilares de referência que elas tinham das relações internacionais do país, com o Mercosul, com a relação com a Europa”, diz Alencastro, que é pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento e doutor em ciência política pela Universidade de Oxford.

Além de ser questionado, o colunista fez perguntas aos leitores e quis ouvir a perspectiva deles sobre alguns assuntos.

Ele diz que ficou positivamente surpreso com o perfil heterogêneo dos interlocutores e com o interesse do grupo em temas de política internacional —um deles mora na Finlândia, por exemplo, e usa o jornal não só para se informar sobre a realidade brasileira, mas também sobre relações exteriores.

“Tinha gente de todos os mundos, de diferentes profissões e regiões do Brasil. Todos eram muito antenados e tinham muito a ensinar. Para alguém que mora no Amapá, por exemplo, falar de relação entre Brasil e França é falar da relação com a Guiana Francesa, que está na fronteira”, diz.

Ele afirma que saiu “energizado” da experiência. “Acho saudável que exista essa relação mais direta com quem está escrevendo, esse diálogo com civilidade.”

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