O Departamento de Justiça dos EUA acusou a Universidade Yale nesta quinta-feira (13) de discriminar ilegalmente candidatos asiático-americanos e brancos em seu processo de admissão à graduação, violando a legislação americana de direitos civis.
A declaração é resultado de um inquérito de dois anos aberto em resposta a uma reclamação de grupos asiático-americanos sobre a conduta de Yale, disse o departamento em um comunicado.
A pasta afirmou estar preparada para processar a instituição caso ela não adote medidas corretivas.
Segundo uma porta-voz, Yale nega categoricamente as acusações e cooperou totalmente com a investigação. A instituição afirmou ainda que o Departamento de Justiça formou suas conclusões antes de permitir que a universidade fornecesse documentos que haviam sido solicitados.
"Se o Departamento tivesse recebido na íntegra e avaliado de forma justa essas informações, teria concluído que as práticas de Yale estão em conformidade com décadas de precedentes da Suprema Corte", disse a porta-voz.
A pasta afirmou ainda que, embora a raça de um postulante possa ser legalmente considerada pelas faculdades em algumas circunstâncias, "a aplicação [do critério] de raça em Yale é tudo menos limitada."
A escola de elite "usa a raça em várias etapas de seu processo de admissão, criando um efeito multiplicador [...] da chance de admissão de um candidato", disse o Departamento de Justiça.
O departamento já havia se posicionado de forma semelhante em pareceres legais emitidos em um processo movido por oponentes de ações afirmativas no qual a Universidade Harvard é acusada de discriminar os americanos de origem asiática.
Um juiz federal em Boston decidiu a favor da instituição de ensino no ano passado, argumentando que seu programa de ação afirmativa promove o interesse legítimo de ter um corpo discente diversificado.
Um recurso dessa decisão está pendente. O caso pode chegar à Suprema Corte americana.
As políticas de ação afirmativa no ensino superior têm como objetivo combater a discriminação racial. Em sua jurisprudência, a Suprema Corte já decidiu que as universidades podem usar esses programas para ajudar os candidatos de minorias a terem acesso ao ensino superior.
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