Milhares saem às ruas na Belarus para apoiar candidata da oposição

Pleito presidencial está marcado para domingo; atual líder proibiu manifestação

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Minsk (Belarus) | Reuters

Milhares de opositores participaram de um comício em Minsk, capital da Belarus, na noite desta quinta-feira (6), desafiando uma proibição do governo do líder do país, Alexandr Lukachenko, antes das eleições presidenciais deste fim de semana.

Lukachenko, 65, um ex-gerente de uma fazenda coletiva soviética, enfrenta o maior desafio em anos ao seu governo e acusa os manifestantes de estarem em conluio com potências estrangeiras para desestabilizar o país.

Apoiadores da candidata de oposição Svetlana Tikhanovskaia durante evento em Minsk, na Belarus
Apoiadores da candidata de oposição Svetlana Tikhanovskaia durante evento em Minsk, na Belarus - Sergei Gapon/AFP

Os protestos em apoio a sua principal desafiante, Svetlana Tikhanovskaia, têm crescido à medida que o dia do pleito se aproxima. Ex-professora de inglês, a opositora lançou sua candidatura depois que o marido, que planejava concorrer, foi preso.

A campanha de Svetlana foi proibida de realizar uma manifestação planejada para a noite desta quinta, e seus apoiadores, então, reuniram-se em um concerto ao ar livre sancionado pelo governo.

A polícia deteve os DJs do evento depois que eles tocaram uma música chamada "Changes", usada como símbolo pela oposição. "Esta é uma atmosfera incrível, com gente incrível, quero estar com eles. E quero mudanças", disse Irina, uma professora de 47 anos que informou apenas seu primeiro nome.

Antes, Lukachenko anunciou que cidadãos americanos foram detidos, mas não disse quando ou por quê.

"Algumas pessoas foram detidas com passaportes americanos, casados ​​com americanos, trabalhando no Departamento de Estado", relatou a agência de notícias Belta, citando o líder, que está no poder há mais de 25 anos. A embaixada americana em Minsk não respondeu a um pedido de comentário.

Minsk vem tentando se aproximar de Washington desde que as relações com a Rússia, sua tradicional aliada, ficaram abaladas devido à anexação da Crimeia, em 2014, o que aumentou o receio de que Moscou possa ameaçar a soberania do país.

Em fevereiro, a Belarus recebeu o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, o mais alto oficial americano a visitar o país em mais de duas décadas.

As relações entre Minsk e Moscou também ficaram estremecidas em julho, após a Belarus prender suspeitos de serem mercenários russos e os acusar ​​de conspirar para promover distúrbios.

A Rússia disse que os homens eram funcionários de uma empresa de segurança privada e estavam passando pelo país a caminho da América Latina.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo afirmou que os homens deveriam ser devolvidos ao país. Para Lukachenko, eles violaram a lei.

"Há guerra híbrida contra a Belarus e devemos esperar truques sujos de qualquer lado", disse ele.

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