Descrição de chapéu Governo Biden

Biden escolhe Janet Yellen, ex-presidente do Banco Central, como secretária do Tesouro

Ela será a 1ª mulher no cargo; democrata indica também 1ª mulher para liderar inteligência e 1º latino para imigração

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Washington e São Paulo | Reuters

A economista Janet Yellen, ex-chefe do Banco Central dos Estados Unidos, foi escolhida pelo presidente eleito Joe Biden como a próxima secretária do Tesouro do país.

A informação foi divulgada na tarde desta segunda (23) pela imprensa americana, mas ainda não foi anunciada oficialmente pela campanha do democrata. Caso a indicação seja confirmada, Yellen, 74, será a primeira mulher a ocupar o cargo.

Mais cedo, Biden já tinha feito história após sua equipe de transição confirmar que ele planeja nomear Avril Haines, 51, para ser diretora de inteligência nacional e Alejandro Mayorkas, 60, para chefiar o Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês).

A economista Janet Yellen, escolhida por Joe Biden como secretária do Tesouro, participa de evento do Banco Central Europeu em Frankfurt em 2017
A economista Janet Yellen, escolhida por Joe Biden como secretária do Tesouro, participa de evento do Banco Central Europeu em Frankfurt em 2017 - Daniel Roland - 14.nov.17/AFP

Se confirmados nos cargos para os quais estão sendo indicados, Haines também será a primeira mulher à frente do setor americano de inteligência, enquanto Mayorkas será o primeiro latino na Segurança Interna.

Assim, as escolhas de Biden são um novo aceno ao compromisso com a diversidade no alto escalão do governo, tradicionalmente dominado por homens brancos.

O maior sinal disso é a indicação de Yellen. Isso porque o chefe do Tesouro é considerado um dos quatro principais cargos dentro do gabinete presidencial, ao lado dos secretários de Justiça, Estado e Defesa.

Yellen, especializada em mercado de trabalho, formou-se em economia pela Universidade Brown e fez seu doutorado em Yale. Ela tem uma longa história em administrações democratas, tendo sido chefe do Conselho Econômico da Casa Branca entre 1997 e 1999, durante a gestão de Bill Clinton.

Em 2010, já no governo de Barack Obama, ela se tornou vice-presidente do Fed (o Banco Central dos EUA), e, quatro anos depois, assumiu o comando da instituição, cargo no qual permaneceu até 2018.

Yellen, aliás, não é a única pessoa que trabalhou na gestão Obama que deve retornar ao governo com Biden. Haines, a indicada como nova diretora de inteligência nacional, foi assessora da Presidência para segurança nacional durante o governo do democrata.

Bacharel em física pela Universidade de Chicago e em direito pela Universidade Georgetown, Haines também foi a primeira mulher a comandar a CIA (Agência Central de Inteligência), de 2013 a 2015, e o Comitê de Segurança Nacional, de 2015 a 2017.

Ela trabalhou ao lado de Biden entre 2007 e 2008 no Comitê de Relações Exteriores do Senado americano; à época era conselheira do grupo que o democrata presidia.

Já Mayorkas, nascido em Havana, capital de Cuba, é diplomado pela Universidade da Califórnia em Berkeley e pela Escola de Direito Loyola e tem mais de 30 anos de carreira jurídica no setor privado.

No governo americano, foi diretor de serviços de cidadania e imigração, entre 2009 e 2013, e secretário adjunto do DHS —órgão que agora chefiará— de 2013 a 2016, durante a administração Obama.

Neste período, foi responsável pela implementação do DACA, projeto que impedia a deportação de mais de 600 mil imigrantes que entraram ilegalmente no país quando eram crianças. Também liderou a resposta do departamento na área da saúde, no combate às epidemias de zika e ebola.

Os três nomes devem se juntar a Linda Thomas-Greenfield, 68, como embaixadora dos EUA na ONU (Organização das Nações Unidas). Negra, ela tem 35 anos de experiência na diplomacia americana e já ocupou cargos diplomáticos em várias partes do mundo.

A equipe de transição do presidente eleito também já confirmou a indicação de Antony Blinken, 58, para o cargo de secretário de Estado, e Jake Sullivan, 43, para assessor de segurança nacional.

O ex-secretário de Estado de Obama, John Kerry, 76, será anunciado como enviado especial dos EUA para as questões climáticas. Entre outros feitos relacionados à política ambiental americana, Kerry assinou, em 2015, o Acordo de Paris.

O atual presidente americano, Donald Trump, considera o tratado internacional, que busca formas de frear as mudanças climáticas no mundo todo, prejudiciais à economia dos EUA e deu início a um processo de retirada que se concretizou no início do mês.

Biden, por sua vez, prometeu voltar ao acordo no primeiro dia de seu governo.

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