Descrição de chapéu Coronavírus

Jordânia tem grandes protestos contra o governo após mortes por falta de oxigênio em hospital

Sete morreram devido à falta do insumo; ministro da Saúde foi demitido, e diretor, preso

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Amã (Jordânia) e São Paulo | Reuters

Um dia após a morte de sete pessoas devido à falta de oxigênio no hospital al-Hussain, na Jordânia, eclodiram por todo o país, neste domingo (14), protestos contra as medidas restritivas adotadas pelo governo na condução da pandemia.

Além da ala de Covid-19, o colapso no fornecimento de oxigênio atingiu a UTI e a maternidade de um hospital público na cidade de Salt, a oeste da capital do país, Amã.

Manifestantes protestam na porta do hospital na cidade de Salt após a morte de sete pessoas devido à falta de oxigênio
Manifestantes protestam na porta do hospital na cidade de Salt após a morte de sete pessoas devido à falta de oxigênio - Khalil Mazraawi - 13.mar.21/AFP

O caso levou à demissão do ministro da Saúde e à prisão do diretor do hospital. Após a saída do ministro, o premiê Bisher al Khasawneh assumiu a responsabilidade de seu governo pelo erro e afirmou ter vergonha do ocorrido. Na frente do hospital, a polícia teve que conter centenas de parentes revoltados.

A indignação com o episódio, em conjunto com a raiva pela imposição de um toque de recolher noturno, levou centenas de pessoas às ruas das cidades de Irbid, Salt, Aqaba e Caraque. "Abaixo o governo. Não temos medo do coronavírus", gritavam os manifestantes em Irbid, na região noroeste do país.

A Jordânia tem cerca de 10 milhões de habitantes e registrou 477.053 casos de Covid e 5.346 mortes, segundo dados da Universidade Johns Hopkins. O toque de recolher foi decretado como medida para evitar a transmissão de uma nova variante mais contagiosa do vírus detectada no país.

A insatisfação com as medidas restritivas também está relacionada à crise econômica na Jordânia. Com a interrupção das atividades comerciais, o país atingiu desemprego recorde de 24% e viu a pobreza se agravar em meio à pior retração econômica em uma década.

Os manifestantes argumentam que o governo é culpado pela deterioração da economia do país e, além disso, pedem o fim das leis decretadas no início da pandemia, em 2020, que limitam os direitos civis e políticos da população.

Em Salt, centenas de moradores protestaram nas imediações do hospital al-Hussain. Entre eles, Ahmad Hiyari, que decidiu comparecer ao protesto devido à catástrofe no suprimento de oxigênio. "Queremos que os responsáveis sejam julgados e, depois, queremos derrubar o governo", afirma.

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