A Folha lança nesta sexta-feira (30) duas plataformas de conteúdo exclusivo sobre a China. Assinantes poderão receber a newsletter "China, Terra do Meio" e ler textos com informações, análises e curiosidades sobre o país asiático no blog que leva o mesmo nome da newsletter, no site do jornal.

Tanto o blog quanto a newsletter, que será enviada uma vez por semana, todas as sextas —veja como assinar aqui—, são editados pelo jornalista Igor Patrick, mestrando em estudos da China (política e relações internacionais) pela Academia Yenching da Universidade de Pequim. Ele também é diretor de comunicação da rede Observa China e apresenta o podcast semanal Pagode Chinês.

"É uma oportunidade de trazer ao leitor da Folha mais notícias sobre a China e de qualificar o debate no país", afirma Patrick. "Na newsletter, farei uma curadoria cuidadosa de temas relevantes no noticiário chinês, enquanto o blog funcionará como expansão desses assuntos, com análises, curiosidades históricas e entrevistas com pessoas dedicadas a entender o impacto mundial da ascensão chinesa."

Desde 2009, a China é o maior parceiro comercial do Brasil e, no ano passado, foi responsável por mais de um terço de todas as exportações brasileiras. Também em 2020, os dois países bateram a marca histórica de comércio, superando os US$ 100 bilhões. Hoje, os chineses são os maiores fornecedores de vacinas e de matéria-prima para a produção de imunizantes no Brasil.

No plano internacional, o país asiático consolidou nos últimos anos sua posição de potência global. É a economia mais forte em paridade de poder de compra, e seu PIB deve ultrapassar o dos EUA em 2028, cinco anos antes do inicialmente previsto.

O nome da newsletter e do blog é inspirado na origem da palavra China, que no mandarim padrão é expressa em dois caracteres (中国, lidos Zhōngguó). Traduzidos ao pé da letra, significam império, terra, nação do meio. A escolha vem de uma tradição antiga —não exclusiva dos chineses— de considerar o seu país o centro do mundo.

Mestre em literatura clássica chinesa pela Universidade de Wuhan, Calebe Guerra explica que a palavra original era usada para demarcar a capital de vários povos diferentes, mas unidos pela mesma língua.

No idioma pictográfico, em que cada caractere tem sentido próprio e é inspirado em uma imagem, guó (国) demarca esse legado. “Os riscos do entorno deste caractere remontam às cidades fechadas por um muro e indicavam a representação de território", afirma.

Ele explica que a primeira palavra, Zhōng (中), incorpora o significado de "meio" ao nome do território que pertencia ao imperador, "colocando seu governo e ele próprio como o centro não só geográfico e dentro do muro, mas também temporal".