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Desabamento de viaduto derruba metrô e deixa ao menos 24 mortos no México

Outras 79 pessoas ficaram feridas; tragédia levanta discussões sobre segurança do sistema

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Imagem aérea feita por drone, na manhã desta terça (4), da queda de trem em viaduto no México - Carlos Jasso/Reuters
Cidade do México | AFP e Reuters

Ao menos 24 pessoas morreram e 79 ficaram feridas, incluindo três crianças, na noite desta segunda-feira (3), após um viaduto de 12 metros de altura por onde passava o metrô desabar em uma das vias mais movimentadas da Cidade do México.

O presidente Andrés Manuel López Obrador disse que a investigação do acidente deve ser feita rapidamente. "Não há impunidade para ninguém", afirmou.

A tragédia levantou questionamentos sobre a segurança de um dos sistemas de metrô mais movimentados do mundo —inaugurado em 1969, é um dos principais meios de transporte da capital mexicana e de sua região metropolitana, onde vivem cerca de 20 milhões de pessoas.

Segundo a prefeita Claudia Sheinbaum, há pelo menos sete feridos em estado grave.

Os trabalhos de resgate foram interrompidos pouco depois de começarem devido ao risco de que mais partes do trem e do viaduto desabassem. De acordo com a prefeita, a estrutura da estação de Olivos, na linha 12 do metrô da capital mexicana, é muito fraca.

A área do acidente foi isolada por policiais e soldados da Guarda Nacional, e um guindaste foi enviado para estabilizar os dois vagões pendurados e permitir a retomada das buscas por mais sobreviventes.

Ricardo de la Torre, que mora próximo ao local do acidente, contou à agência de notícias AFP que a passagem do trem costuma gerar forte vibração nas casas. “Realmente, pelas manhãs, quando os trens começam a entrar em movimento, dá para sentir [a vibração] nas casas. Por esse simples fato sabemos que essa construção está ruim”, disse.

No local, um homem esperava notícias de seu irmão, que, segundo ele, estava preso em um dos vagões. “Ele veio com a mulher dele, e eles conseguiram tirá-la, mas ele ficou preso. A verdade é que a gente não sabe de nada, eles não nos informam. Quem sabe quanto tempo [vai demorar] para que o resgatem?"

Uma pessoa chegou a ficar presa em um carro sob os escombros do viaduto, mas conseguiu sair. Os feridos foram transferidos para diversos hospitais da cidade, e as autoridades trabalham para identificar os mortos. Vídeos publicados pela imprensa local e nas redes sociais mostram equipes médicas de emergência e bombeiros vasculhando os destroços em busca de sobreviventes.

"De repente, vi que a estrutura estava tremendo. Não passou nem um minuto que o metrô caiu e muita poeira começou a subir", disse uma testemunha não identificada à emissora local Televisa. “Quando a poeira baixou, a gente correu para ver se dava para ajudar. Ninguém gritou, não sei se ficaram em choque. Algumas pessoas conseguiram entrar e tiraram as que estavam por cima. Outras estavam empilhadas."

A linha 12 foi inaugurada em 2012, quando o atual ministro das Relações Exteriores, Marcelo Ebrard, era prefeito da Cidade do México.

"O que aconteceu hoje com o metrô é uma tragédia terrível. Minha solidariedade às vítimas e às suas famílias", escreveu Ebrard no Twitter. “As causas devem ser apuradas, e as responsabilidades, definidas. Reitero que estou à disposição das autoridades para ajudar no que for necessário.”

Em 2014, dois anos após a inauguração, a linha teve várias estações fechadas para reparos em problemas estruturais.

Depois de um forte terremoto em 2017, técnicos apontaram também falhas nas colunas de sustentação da linha, segundo dados divulgados pelo próprio governo.

Este é o segundo acidente registrado no metrô da capital mexicana neste ano. Em janeiro, um incêndio deixou uma pessoa morta e 29 hospitalizadas. Em março de 2020, dois trens colidiram dentro de uma estação, deixando um morto e 41 feridos.

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