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Assembleia Geral da ONU pede que Estados-membros impeçam fluxo de armas para Mianmar

Texto endossado por 119 países também condena golpe de Estado aplicado por militares no país

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Nova York

A Assembleia Geral da ONU aprovou nesta sexta-feira (18) uma resolução não vinculativa condenando o golpe em Mianmar e apelando a "todos os Estados-membros que impeçam o fluxo de armas" para o país.

O texto também exorta as Forças Armadas mianmarenses a libertar presos políticos, incluindo a líder civil Aung San Suu Kyi, deposta em fevereiro.

“O risco de uma guerra civil em larga escala é real”, disse a enviada especial da ONU a Mianmar, Christine Schraner Burgener, após a votação. “A oportunidade de reverter o golpe militar está se esgotando.”

Parentes observam corpo de estudante morto pelas forças de segurança de Mianmar na cidade de Dala
Parentes observam corpo de estudante morto pelas forças de segurança de Mianmar na cidade de Dala - 27.mar.21/The New York Times

O texto foi aprovado por 119 nações, enquanto outras 36 se abstiveram, incluindo a China —principal apoiadora de Mianmar— e a Rússia. Só a Belarus votou contra, o que impediu a aprovação por consenso da resolução, como pretendiam os autores da ação, e impôs uma votação pública, em que todos os 193 países da ONU foram obrigados a revelar sua escolha.

Dos dez integrantes da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) que participaram da negociação do texto, iniciada por Liechtenstein, apenas quatro se abstiveram: Brunei (atual presidente da associação), Camboja, Laos e Tailândia.

Mianmar, representada pelo embaixador Kyaw Moe Tun, destituído após o golpe de fevereiro, mas ainda no cargo, votou a favor do texto.

A Assembleia Geral da ONU raramente adota resoluções condenando golpes militares.

"Esta é a condenação mais ampla e universal da situação em Mianmar até hoje", disse o embaixador da União Europeia (UE) na ONU, Olof Skoog.

"A UE está orgulhosa da resolução que acaba de ser aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas. Ela envia uma mensagem forte e poderosa. Deslegitima a junta militar, condena os abusos e a violência contra o seu próprio povo e mostra o seu isolamento aos olhos do mundo", acrescentou.

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