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Cidades chinesas vão penalizar a quem se recusar a tomar vacina

Medida se espalha por governos locais, mas tipo de punição não está claro

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Como parte de uma estratégia de tolerância zero para eliminar o coronavírus, ao menos 12 cidades chinesas anunciaram que vão punir os residentes que se recusarem a receber a vacina contra a Covid-19 caso ocorram novos surtos da doença nesses territórios. Não foi detalhada, porém, qual será a punição.

As autoridades locais disseram apenas que responsabilizariam os não vacinados que eventualmente espalharem a doença —estão excluídos aqueles que não tomaram o imunizante por indicação médica.

Na última semana, medida semelhante foi anunciada em cidades da província de Hubei, onde hesitantes entre com mais de 12 anos podem ser impedidos de trabalhar e entrar em hospitais e estações de trem.

Homem recebe imunizante em ônibus móvel de vacinação na província chinesa de Hunan
Homem recebe imunizante em ônibus móvel de vacinação na província chinesa de Hunan - Liu Xinrong - 8.ago.21/Xinhua

Com 54% da população completamente vacinada, segundo os dados mais recentes, o país asiático vem reforçando medidas de erradicação da doença e adotando abordagens mais rigorosas. O principal temor é a variante delta, que gerou novo surto em julho, mesmo após uma trajetória exitosa no combate ao vírus.

Na segunda (23), a China não registrou novos casos de Covid transmitidos localmente pela primeira vez desde o último mês, de acordo com a Comissão Nacional de Saúde. As autoridades projetam que a porcentagem de imunizados precisa chegar a 80% para que o país alcance a imunidade coletiva.

O anúncio das possíveis punições não foi bem recebido por parte dos chineses. Na plataforma Weibo, similar ao Twitter, alguns expressaram indignação com a política, que iria contra as liberdades individuais.

As determinações dos governos locais parecem ainda não ter encontrado eco a âmbito nacional, já que o regime liderado por Xi Jinping não anunciou punição semelhante para todo o país. Ao jornal Global Times, ligado ao Partido Comunista, um professor de política pública da Universidade Tsinghua criticou a medida.

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Xue Lan disse que as determinações locais não significam que o país mudou sua política de vacinação, hoje voluntária, para obrigatória. "A pressão sob os governos locais não é justificativa para forçar as pessoas a receberem a vacina", afirmou. "Eles devem encontrar melhores maneiras, como fornecer dados concretos e boas histórias, para dizer às pessoas por que a inoculação é importante."

Um leque de outras medidas também tem sido posto em prática por diferentes províncias chinesas na tentativa de erradicar a doença. Visitas de porta em porta e postos móveis de vacinação fazem parte da estratégia. Funcionários públicos também têm organizado o transporte de idosos que vivem em regiões rurais e montanhosas até locais de imunização que ficam a mais de 10 quilômetros de distância, como já foi feito na vila de Changfeng, na província de Sichuan.

Alguns postos também prolongaram o horário de funcionamento até as 22h, e cidades como Taishan providenciaram veículos de vacinação móvel para os locais mais distantes e de difícil acesso.

Ainda que a pandemia e o fechamento das fronteiras não tenham impedido o crescimento do PIB chinês em 2020, alavancar as atividades econômicas está entre os motivos para a política de tolerância zero.

O país reabriu nesta quarta um dos principais portos de transporte de mercadorias do mundo, o de Ningbo-Zhushan, parcialmente paralisado devido a um surto de Covid entre os funcionários.

O terminal voltará a operar normalmente em 1º de setembro, segundo informações da televisão estatal CCTV. Somente em 2020, 1,2 bilhão de toneladas de mercadorias passaram por ele.

Com The News York Times e AFP

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