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Rússia suspende missão na Otan após acusação de espionagem

Moscou anuncia medida após expulsão de diplomatas pela aliança militar

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Moscou | AFP e Reuters

A Rússia anunciou nesta segunda-feira (18) a suspensão de sua missão diplomática na Otan, após a aliança militar ocidental expulsar oito representantes russos acusados de espionagem.

“A Otan não está interessada em diálogo equitativo e trabalho conjunto”, afirmou o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov. “Se esse é o caso, não vemos a necessidade de seguir fingindo que mudanças num futuro próximo são possíveis.” As medidas entrarão em vigor em 1º de novembro.

Na prática, a Rússia suspenderá as missões em Bruxelas e da Otan na embaixada da Bélgica em Moscou.

Sede da Otan em Bruxelas; Moscou anunciou que suspenderá missão do país na aliança
Sede da Otan em Bruxelas; Moscou anunciou que suspenderá missão do país na aliança - Yves Herman - 19.abr.18/Reuters

De acordo com Lavrov, se os membros da aliança tiverem que resolver algum assunto urgente, poderão entrar em contato com o embaixador do país na Bélgica.

A Otan, por sua vez, afirmou que "soube das declarações do ministro Lavrov pela imprensa". "Não temos nenhuma comunicação oficial sobre o assunto", disse uma porta-voz da aliança, Oana Lungescu.

Em 6 de outubro, a Otan suspendeu o credenciamento de oito membros da missão russa, afirmando que eles eram “agentes de inteligência não declarados”.

A disputa é o último episódio das já tensas relações entre Moscou e as potências ocidentais. A Rússia, de um lado, acusa a Otan de cobiçar territórios próximos às suas fronteiras, como Ucrânia e Geórgia, duas ex-repúblicas soviéticas que Moscou ainda considera parte de sua esfera de influência.

A aliança, do outro lado, afirma estar determinada a reforçar a segurança de países membros próximos à Rússia após a anexação da Crimeia por Moscou em 2014.

'Atividades maliciosas'

No início de outubro, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, acusou Moscou de aumentar suas "atividades maliciosas" na Europa. A Rússia respondeu dizendo que a aliança político-militar, fundada em 1949 pelos rivais da União Soviética, demonstrou sua rejeição em normalizar as relações com o país.

Em março de 2018, a Otan já havia retirado credenciais e expulsado da Bélgica sete membros da missão russa após o envenenamento de Serguei Skripal, um ex-agente russo, e de sua filha no Reino Unido.

Depois, o número de credenciamentos para a missão russa em Bruxelas foi reduzido de 30 para 20. Em 7 de outubro de 2021, outra vez, até restarem dez. Apesar das fortes tensões, desde 2014 o alto comando militar russo se reuniu várias vezes em terceiros países com líderes militares da Otan e do Pentágono.

Em fevereiro de 2020, o chefe do Estado-Maior russo, Valeri Guerasimov, encontrou-se no Azerbaijão com o comandante supremo da Otan para a Europa, o general americano Tod Wolters.

Em setembro de 2021, Guerasimov teve um encontro em Helsinque com seu homólogo americano Mark Milley, após uma conversa anterior em dezembro de 2019.

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