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China ameaça ativistas pró-independência de Taiwan com punição criminal vitalícia

Pequim afirmou pela primeira vez ter lista de políticos taiwaneses que podem ser responsabilizados

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Pequim | AFP

A China afirmou nesta sexta-feira (5) que punirá criminalmente políticos e ativistas taiwaneses pró-independência, em um contexto de tensão entre Pequim e Taipé que não era visto há anos.

O escritório de assuntos taiwaneses em Pequim advertiu que a China continental "manterá a responsabilidade criminal" contra ativistas taiwaneses "pelo resto de suas vidas".

Tsai Ing-wen, presidente de Taiwan, participa das celebrações do Dia Nacional taiwanês em frente ao Palácio Presidencial, em Taipé
Tsai Ing-wen, presidente de Taiwan, participa das celebrações do Dia Nacional taiwanês em frente ao Palácio Presidencial, em Taipé - Sam Yeh - 10.out.21/AFP

Trata-se da primeira vez que a China anuncia uma punição concreta aos ativistas pró-independência de Taiwan. O país não descartou o uso da força para colocar a ilha sob seu controle, apesar da afirmação do governo taiwanês de que é uma nação independente e que defenderá sua liberdade e sua democracia.

Em um comunicado, a porta-voz do órgão do governo chinês, Zhu Fenglian, admitiu publicamente pela primeira vez ter uma lista de pessoas que "tentaram fomentar um confronto por meio do estreito [entre a China e Taiwan], atacaram e caluniaram maliciosamente o continente [...] e deterioraram as relações entre as duas partes". Entre elas, o primeiro-ministro taiwanês, Su Tseng-chang, o presidente do Parlamento taiwanês, Yu Shyi-kun, e o ministro das Relações Exteriores, Joseph Wu.

Quem estiver nessa lista fica proibido de entrar na China continental, em Hong Kong e em Macau, de acordo com Zhu, e também não poderá colaborar com organizações ou indivíduos do continente.

​O primeiro-ministro taiwanês repudiou as ameaças de Pequim e disse "que não se deixará impressionar".

Nesta sexta (5), o Conselho de Assuntos do continente, principal órgão de decisão de Taiwan sobre relações com a China, declarou "inaceitáveis as intimidações e ameaças procedentes de um governo autoritário". "Taiwan é uma sociedade democrática, em que reina o direito, e não está sob jurisdição de outro lugar", acrescenta o comunicado, que afirma que "o povo taiwanês não fará concessões".

Taiwan tornou-se, em 1949, no final da guerra civil chinesa, o refúgio dos nacionalistas derrotados de Chiang Kai-shek. Desde então, seus 23 milhões de habitantes vivem sob a ameaça de invasão.

Pequim, que reivindica a soberania da ilha, tem intensificado suas ações nos últimos anos para isolar Taipé em nível internacional e impedir qualquer tentativa de reconhecimento como estado independente.

A China também aumentou sua atividade militar na área, quebrando o recorde de incursões de aeronaves de combate em outubro.

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